The Lord of the Dance

HSBC Music Hall (26/05/2011)
 
Nem só de blues e rock é feito o mundo.
 
Michael Flatley, dançarino americano, filho de irlandeses, montou um espetáculo de dança em 1996, o Deus da Dança, baseado no folclore irlandês, e acabou conquistando um estrondoso sucesso. Hoje são 4 trupes, uma fixa em Las Vegas e outras três que excursionam pelo mundo. Uma delas veio ao Via Funchal para se apresentar de 5a. à domingo. Anteciparam a estréia abrindo um show extra na quarta e uma seção extra no sábado e outra no domingo e a lotação está praticamente esgotada.
 
 
As músicas têm base celta, ao som de violinos, flautas e violões, mas que não dispensa o impacto do som de orquestra e efeitos sonoros -  extremamente agradável aos ouvidos de quem gosta de um rock progressivo como eu, mas o ponto mais importante e que torna o espetáculo diferente, é o sapateado. O som se torna ainda mais empolgante quando se tem mais de 20 dançarinos muito bem coreografados e fazendo o sapateado simultaneamente.
 
 
A música não é ao vivo, a não ser em alguns números em que duas moças tocam animadamente seus violinos.
 
 
Vale destacar também uma cantora com "voz de passarinho", atingindo agudos espetaculares.
 
 
Em vários momentos há a leveza de bailarinas flutuando em suas sapatilhas contrastando com o sapateado marcando pesadamente o ritmo. Aliás, estou acostumado a assistir a duelos fantásticos de guitarras, guitarra x sax, guitarra x teclados, gaita, etc., mas esta foi a primeira vez que vi um duelo de sapateados, dois dançarinos se enfrentando, estalando os calcanhares e pisoteando o tablado furiosamente. Muito legal!
 
 
Eles têm a incrível capacidade de transformar 45 minutos em 5. São duas partes de 45 minutos com um intervalo de 20, que passam num piscar de olhos.
 
Pontos à lamentar
 
Os telões foram desligados no momento do show, o que foi uma pena, pois para quem não estava na cara do gol, deixou de ver interessantes detalhes, até mesmo feições dos rostos dos dançarinos. Já estive em um ou dois shows em que os telões foram proibidos, pois as câmeras estão ligadas a um equipamento que permitiria a gravação das imagens. Realmente, já vi shows que no dia seguinte o DVD pirata estava à venda na galeria. Se foi este o motivo, é mesquinharia. E daí se algumas dezenas de DVDs piratas forem vendidos? Não importando se a qualidade seria boa ou ruim, não iria sequer arranhar de leve a imagem ou o bolso de quem quer que esteja se apresentando. Se este foi o motivo, prejudicou a muitos por causa de migalhas.
 
 
Em alguns momentos o som estava mais alto, sobrepondo o som do sapateado, que é a estrela do show. O som captado no palco deveria estar mais alto
 
 
Não consegui deixar de me divertir analisando a plasticidade, leveza, a poesia daquele show em contraponto com o que eu estarei assistindo exatamente uma semana depois, na próxima quinta-feira, o excelente rock horror do inigualável e muito mais cênico Alice Cooper. Ainda não sei ele será eletrocutado, guilhotinado ou enforcado (como da última vez), mas quem viver saberá.
 
Felizes são aqueles que têm a diversidade musical dentro de si, ampliando assim imensamente o seu leque de prazeres.
 
Se alguém quiser ter uma tosca idéia do que rolou, veja no link abaixo a abertura do show. Vale a pena!
 

Vídeo do YouTube

 
Que a magia da natureza esteja com todos.
 
Ricardo
 
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