Problemas e Soluções

Solenóide para trocar as marchas

Se chegarmos numa concessionária BMW e falarmos que queremos mudar um determinado parafuso da cor prata para preto, os caras quase enfartam, imagina falar para instalar um sistema elétrico para troca de marchas através de um solenóide. A minha esperança estava na Harley Davidson, já que personalização é uma característica da marca. Para minha decepção foram categóricos: só instalamos peças Harley Davidson. Como salvação da lavoura conheci o Sr. Bernardo da Motopoint, BMW de Rio Claro / SP, super mente aberta, faz muitos tipos de alterações e imediatamente se colocou à disposição para instalar o equipamento. Depois disso, conheci o Myro - BMW na região da Barão de Limeira que me ajudou bastante e também o Nelsão da KNS, em Baruerí. Ambos também fariam a instalação.


Portanto, posso afirmar que foram fundamentais para que eu pudesse voltar a andar de moto:

- a empresa Pingel, fabricante do solenóide, http://www.pingelonline.com/eshifter.htm

- o Sr. Bernardo da Motopoint.

Depois que o sistema estava instalado, acabei fazendo contato com o Armando da Suntrike http://www.suntrike.com.br/ que se mostrou prestativo e disposto a me ajudar em qualquer adaptação que eu quisesse fazer. Ainda não tive a oportunidade de trabalhar com ele.

Rodinhas na moto? Sim! Por que não?

Muitas pessoas podem torcer o nariz para o produto abaixo, mas, se um dia necessitar, não terei o menor pudor em utilizá-lo. Nos EUA é voltado para pessoas que já não têm mais a mesma firmeza nas pernas, problemas de joelho, em resumo, desde que devidamente fixado à moto, permitiria que até um paraplégico voltasse a pilotar. 



http://www.landingear.com/

É um trem de aterrissagem que é recolhido quando passa de um certa velocidade e desce automaticamente quando a moto anda bem devagar. Quando eu estava querendo voltar a andar, estava cheio de dúvidas e insegurança, se tivesse para a minha moto eu teria comprado. Se eu deixasse a moto cair a todo instante, provavelmente teria vendido a GS e comprado uma para a qual esse equipamento estivesse disponível.


Bota com abertura especial

Certa vez, em meu curso de administração, contaram um caso em que a NASA teria gastado fortunas para desenvolver um projeto de uma caneta esferográfica que funcionasse sem gravidade, enquanto que a Rússia teria resolvido o problema sem gastar nada, simplesmente adotando um lápis. Não creio que seja verdadeiro, mas serve para ilustrar como, às vezes, complicamos coisas que poderiam ser muito simples.

Quando resolvi voltar a andar de moto, me recomendaram comprar uma bota, para ter maior proteção, além de ser indispensável em caso de chuva, para não molhar os pés. Experimentei algumas, por mais que o cano desse uma boa abertura, o pé da prótese não entrava, pois não há tornozelo, o que transforma o pé com a “canela” numa peça rígida no formato de 90 graus. Normalmente as botas têm um zíper na lateral, mas que era insuficiente. Entrei em contato com um fabricante brasileiro indagando sobre a possibilidade de instalar um zíper também na outra lateral, o que permitiria que o cano abrisse mais. Fui ignorado, mas depois de insistir, pediram um prazo para estudar o assunto, passados quinze dias, informaram que não seria possível atender minha solicitação. Passei a pesquisar outros fabricantes e acabei encontrando a alemã Daytona que fabrica botas, inclusive com medidas mais largas no pé e tornozelo. Se não fosse pela complicação de trazer de fora e o preço proibitivo, poderia ser a solução.

Acabei comprando a bota nacional, levei-a para um sapateiro e pedi que instalasse um zíper na parte posterior da bota, custou R$ 20,00, ficou excelente e muito fácil de calçar.

Calça de chuva holandesa (Difi rain pants).

Gente, isto é uma beleza! Vestir uma calça de chuva, no meio da rua, exige acrobacias e equilibrismos que para uma pessoa de perna boa já é complicado, mas encontrei esta calça que é muito simples de vestir, pois tem um zíper de cada lado, que abre até em cima na cintura, o que permite vesti-la muito facilmente. 


Geralmente solto o lado da prótese primeiro, coloco em volta dela e fecho, depois, repito a operação como o outro lado. Visto a calça sem nem levantar os pés.

Proteção da válvula

Todo cartucho de prótese tem uma válvula que serve para tirar o ar do cartucho ou permitir a sua entrada, o que faz com que se perca o vácuo que prende o coto ao cartucho, soltando a prótese. Pois bem, às vezes, indesejadamente, o ar penetra e a válvula não era de auto-expulsão, o que me causava problemas, pois para tirar o ar eu precisava apertar o botão com uma mão e puxar o cartucho em direção do quadril com a outra mão, o que em cima da moto era quase impossível.

Troquei pela válvula acima, que é de auto-expulsão, mas trouxe um outro problema, como é possível notar, o botão azul que permite entrada de ar fica praticamente encostado no tanque, o que, além de permitir constante entrada de ar, ficava arranhando o tanque, por isso, coloquei um adesivo transparente para tentar protegê-lo. 


Como a todo instante a prótese ficava se soltando em cima da moto, para tentar eliminar essa fonte de estresse, arranjei uma borracha, fiz um furo e fixei-a com uma faixa elástica. Funcionou bem, mas a borracha era macia demais e rasgou logo. Fui até uma loja de produtos para automóveis, esse batente amarelo abaixo é fixado em garagens para permitir que o carro encoste o pára-choques na parede sem riscá-lo. A parte redonda é removível e tem o diâmetro exato da válvula. Para fazer um teste, cortei (porcamente) a parte que está à direita, para substituir a borracha, e funcionou também. 


Por um enorme azar, quando coloco a bolsa de tanque, a sua fivela encaixa exatamente no buraco da proteção que fabriquei. Fui ao “paraíso dos homens”, na Rua Florêncio de Abreu em São Paulo e encontrei numa loja um pé de borracha que deve ser utilizado em alguma máquina, que tem o diâmetro exato da válvula. Portanto, quando vou sair com a bolsa de tanque, no lugar de usar a proteção amarela, utilizo essa espécie de tampa, que também resolve o problema.

Meia de Neoprene

Praia e prótese são duas coisas que não combinam, mas como gosto muito do mar, não deixei de ir à praia. Certa vez, andando pela areia fofa, um horror para quem tem prótese, tomei um tombo e enterrei o joelho todo na areia. Pouco tempo depois, sendo conduzido por um barquinho de madeira para cais do saco da ribeira, um barco enorme numa velocidade maior que o desejável, criou uma onda que passou por cima da proa do barco em que eu estava e pegou de cheio a prótese. Coincidência ou não, o pistão hidráulico de minha primeira prótese mais ou menos decente, a inglesa Endolite, começou a vazar um mês depois. Bem, naquele ano tive que pegar os meus três anos de economias e, no lugar de trocar de carro, tive que comprar uma nova prótese. Lição aprendida, quando vou à praia, coloco nela uma “meia” de neoprene (material do qual são feitas as roupas de mergulho). Não é totalmente impermeável, mas protege contra a areia e lindas criancinhas que correm histericamente de um lado para outro com baldes cheios de água salgada.


Quem me preparou a meia foi a Claumar, empresa especializada em equipamentos de mergulho. Como eles fabricam excelentes roupas de mergulho, gentilmente tiraram as medidas e confeccionaram para mim. É bom deixar o tornozelo um pouco folgado, para facilitar na hora de vestir.

Quando saio de barco, a primeira coisa que faço é tirar a prótese para colocá-la dentro de um saco estanque. Primeiro porque a prótese num barco só atrapalha, segundo porque é mais seguro. O saco é igual às mochilas estanques que são vendidas, inclusive o fabricante é o mesmo, na época entrei em contato com o Daniel da Montana que gentilmente pediu as medidas da prótese e fabricou especialmente uma para mim e mandou pelo correio. Quando chego de barco numa ilha, jogo, sem medo, o saco com a prótese dentro na água, que vai servindo de bóia para quem não souber nadar bem, e quando chego à praia eu visto a prótese.

Muleta tipo canadense para viagem

Para levar muletas em carros, aviões, etc, é sempre um problema por causa do tamanho delas. Consegui fazer na AACD um par que dividi em três peças rosqueáveis. Não deixam de ser um trambolho, mas facilita muito o transporte e hoje levo inclusive nas minhas viagens de moto, quando vou dormir fora de casa.

Caso tenha algo a compartilhar, mande-me um e-mail.

Ricardo

ricardo@bluesrockshow.com

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