Jerry Lee Lewis

Lenda Viva - Credicard Hall 18/09/2009
 
 
São poucas as lendas que ainda estão vivas, por isso, quando aparece uma, mesmo sabendo que já não se pode mais esperar muito delas, sempre que possível vou prestigiar - pode ser a última chance de vê-las.
 
 
 
Jerry Lee Lewis, nasceu na Louisiana em 1935 e se tornaria um dos genitores do filho rebelde do gospel e do blues, o rock. Cresceu cantando música gospel em igrejas, foi expulso em 1950 do Southwetern Bible Institute, por má-conduta, criando versões "rock" de cânticos. Cinco anos antes de eu nascer, em 1957, emplacou seu primeiro grande sucesso Whole lotta shakin' goin' on e fez história ao lado de Elvis, Little Richard, Roy Orbison, Chuck Berry, entre outros. Em 1958 quase foi banido da cena musical quando a imprensa descobriu que havia se casado com uma prima de segundo grau, Myra Gale Brown, de 13 anos. Ficaram, casados até 1970 e teve sua vida pessoal marcada por várias tragédias pessoais e, como não podia deixar de ser, álcool e drogas, mas uma das passagens que acho mais legais aconteceu em um festival em que Chuck Berry insistiu em fechar o show, obrigando Jerry a tocar antes. Em sua última música Jerry espirrou um líquido inflamável dentro do piano e tocou seu maior sucesso Great balls of fire com o piano em chamas, ofuscando literalmente a apresentação de Chuck, passando por ele teria dito "vai lá, faz o seu showzinho agora".
 
 
Em sua primeira passagem pelo Brasil ha uns 10 anos atrás, Jerry subiu ao palco, "bêbado como um gambá", tocou 20 minutos e se arrancou. Desta vez, prometeu que seria diferente, mas como ia ter banda de abertura - recurso normalmente utilizado para fazer o show parecer mais longo - e pela idade avançada de nosso herói, resolvi colocar minhas barbas de molho e não paguei pelos lugares mais caros. Edinho Santa Cruz e banda tocaram covers de forma bastante competente, mesclando Pink Floyd com outras passagens mais pop como a do Freddy Mercury com a cantora lírica Montserrat Caballé, apesar de estar a milhas de distância das minhas preferidas, impressionou muito, não cantando a parte de Freddy, mas a parte de Montserrat (!!!), atingiu agudos inacreditáveis, estupefante, apesar de bizarro, na minha opinião.
 
 
Finalmente entra no palco uma fantástica banda de vovozinhos, no mínimo setuagenária, com exceção do baterista - por motivos óbvios. Todos os integrantes do grupo cantavam e cada um teve a oportunidade de cantar uma música antes de Jerry entrar em cena. Com dificuldades de locomoção, não chutou o banquinho, não tocou de pé, não subiu no piano, nem tocou fogo nele, mas incendiou a platéia. O show todo durou uma hora magra, mas foi bem legal e ninguém saiu desapontado.
 
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