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2007

Alice Cooper 12/06/2007 - Credicard Hall
 
Descrever um show do Alice Cooper é uma tarefa inglória, a quantidade de detalhes é enorme e o som muito instigante, impossível não ser envolvido por ele, o que torna a narrativa dos fatos inevitavelmente avariada. Uma saída seria levar alguém que detestasse rock, só para registrar chocada a sequência dos acontecimentos. Como seria um desperdício, tentei eu mesmo fazer um ligeiro resumo dessa peça de rock horror.
 
O show já começa com uma sombra gigante ao fundo com alguém sendo apunhalado.
 
 
Para se ter uma idéia de minha dificuldade, as quatro primeiras músicas foram It's Hot Tonight, No More Mr. Nice Guy, Under My Wheels e I'm Eighteen que ele canta o tempo todo com uma muleta, representando, talvez, a insegurança de alguém com 18 anos.
...
I'm in the middle without any plans
I'm a boy and I'm a man
I'm eighteen
and I don't know what I want
...
 
 
Em seguida, recolhem o corpo do apunhalado durante a execução de Is It My Body?
 
 
Em Lost in America, ele aparece com uma jaqueta escrita nas costas U.S.A. em letras garrafais e a bandeira correspondente pintada abaixo, além do quepe e chicote. Agora, imaginem este figurino, com ele batendo o chicote na mão, com voz de asco, cantando Another Brick in the Wall do Pink Floyd... eu vi isso, mas essa já é uma outra história.
 
 
Sei que é chover no molhado, mas ele SEMPRE está acompanhado de uma banda absurdamente competente, e isso fica bem claro em Muscle of Love, com uma movimentação constante dos músicos no palco, enfatizando o ambiente caótico.
 
 
Em Desperado ele vem caracterizado de cowboy.
 
 
Durante Halo of Flies, uma gueixa aparentemente saída de Blade Runner aponta uma arma e tira Alice do palco.
 
 
Com a marcação forte do baixo, a platéia acompanhando pausadamente com "hey - hey - hey...." começa um dos solos de bateria mais empolgantes que eu já assisti, os dois guitarristas posicionam-se um de cada lado da bateria, tocando surdo, criando um ritmo cadenciado, enquanto Eric Singer detona na bateria. Ao final do solo, sem Alice no palco, fizeram uma instrumental maravilhosa, para mostrar todo o peso e talento que a banda tem.
 
 
No clima soturno de Welcome to My Nightmare, Alice é atacado por uma noiva e três zumbis (?) com cordas e sacos plásticos na cabeça, segue-se uma confusão dos infernos. Alice dá a volta por cima e aparece com um manequim representando a noiva, nos braços e, bem... coitada da noiva.
 
 
Uma mulher que anda com um carrinho de bebê suspeito é esfaqueada e foge, Alice pega o bebê monstro no colo e é atacado por ele, que é colocado de volta no carrinho e crava-lhe uma estaca no coração.
 
 
A mulher volta com carrascos que colocam Alice numa camisa de força, canta Ballad of Dwight...
 
 
... sob Devil's Food / Killer / I Love the Dead é levado até a forca, o carrasco puxa a alavanca, o alçapão se abre e Alice é enforcado diante de nós. Com ele pendurado e as pernas balançando suspensas no ar, o macabro equipamento é retirado do palco.
 
 
Triunfante, Alice volta chutando as coisas que estão pelo chão para tocar minha predileta, School's Out, acompanhado em coro pelos presentes.
 
 
O bad boy pega uma espada e começa a estourar bexigas enormes que foram jogadas para platéia.
 
 
Senhoras e senhores, fim do primeiro ato.
 
 
A volta para o bis sempre gera expectativa, no DVD Brutally Live, ele volta com uma camiseta escrito Britney (Spears) Wants Me, quando vira de costas lê-se Dead para delírio da platéia (e meu). Aqui voltou com uma espada cheia de Cooperdollars que são distribuídos durante Billion Dollar Babies... No show de 2011 consegui uma nota dessas http://www.bluesrockshow.com/alice-cooper
 
 
A segunda do bis foi Poison, depois empunhou nossa bandeira e fechou com a impagável Elected.
 
Curiosidade: em 2007, lançou um livro "Alice Cooper, Golf Monster: A Rock'n'Roller's 12 Steps to Becoming a Golf Addict" autobiográfico em que conta, entre outras coisas, como trocou o vício do álcool pelo vício de jogar Golf - levanta cedo todos os dias para a prática do esporte.
 
 
No camarote ao lado estava o vocalista do Angra, Edu Falaschi, super simpático, que vibrou com a apresentação.
 
Ricardo
 
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