Blues Jazz Brasil Festival

Parque Villa-Lobos (25/06/2022)


Em sua sexta edição (presencial), este foi o primeiro show gratuito de grandes proporções depois da pandemia (excetuando-se a Virada Cultural). Veio ao parque um público familiar e bem comportado. No início foi bem tranquilo, mas com o passar do tempo a aglomeração começou, felizmente sem criar tumulto ou aquele incômodo vai e vem de pessoas e ambulantes.

A Orleans Street Jazz Band se apresentou às 11 horas e fazia aparições no meio do público, durante o intervalo entre as atrações. Não tem como não gostar deles.


Izabela Moraes e Due Fole - dupla mineira que fez uma apresentação bem interessante, tocando clássicos do rock não muito batidos, ela com voz (vozeirão) e violão e Due com um acordeom.

Escalandrum - banda argentina com diversas passagens pelo Brasil, tocou um jazz intrincado, mas acessível. Gostei bastante.

O seu líder é Daniel Piazzolla, neto do grande Astor Piazzolla.

Edgard Scandurra, fundador da banda Ira! foi o único que se apresentou com o som num volume desnecessariamente alto, guitarra estridente e o baixo estourando nas caixas. A plateia aparentou um certo desapontamento, pois não tinha vocalista e o instrumental dos hits era fraquinho demais.

Yamandu Costa , grande virtuoso no seu instrumento, trouxe mais dois convidados, igualmente talentosos, 

com Felipe Moreno no baixo...

e Fábio Perón no bandolim. Foi o primeiro show do dia que juntou muita gente no gargarejo e depois formou uma fila enorme na lateral do palco para autógrafos. 

Quando O Bando Rock & Blues subiu no palco pensei "pronto, lá vem mais uma banda de cover de músicas batidas à exaustão". Até esbarraram em uma ou outra que já me cansou, mas no geral, me surpreenderam tocando até um instrumental do Allman Brothers Band. Saldo bastante positivo.

Hermeto Pascoal foi de entortar o cachimbo. Um grande show, músicos espetaculares que produziram um som muito louco (no melhor sentido). 

Me realizei por finalmente ter visto um show do bruxo, em que mostrou tudo o que eu esperava. Hermeto ficou sentado na maior parte do tempo curtindo o shom de sua banda, levantava de vez em quando e criava um riff ou uma introdução e indicava quem deveria continuar a regar a semente que ele havia plantado. 


Arismar do Espirito Santo, à direita, foi convidado especial de Hermeto. Seguramente o melhor show do dia, para mim.


Tia Carroll & Igor Prado fizeram um som mais voltado para o funk e soul, mas também foi bem interessante.

Com seu vozeirão e groove, a californiana Tia Carroll colocou todo mundo para dançar


Além das bandas, vale elogiar a organização, a pontualidade e o público tranquilo. Seria uma maravilha se todos os shows fossem assim.

Ricardo Koetz
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