02/09/2011 - The Orleans
Fui visitar o maior reduto de barzinhos de São Paulo, a Vila Madalena, mais especificamente, o belo The Orleans, que prioriza o Jazz e o Blues, e que nesta noite iria apresentar Shirley King, filha de B.B. King.
O cardápio de preços proibitivos, cobra R$ 6,00 por uma garrafinha de água, 22 por um caipirinha incrementada e por aí vai, mas é o preço normalmente praticado nestes estabelecimentos diferenciados. Apesar de realidades diferentes, o agradável SESC Belenzinho, cuja Comedoria, na alimentação, não fica devendo para os bares sofisticados, vende, por exemplo, uma caipirinha de saquê ou vodka de frutas vermelhas por R$ 6,00. Mas, aparentemente, eu fui o único a dar alguma importância a isso, pois estava lotado e o consumo em alta.
Ivan Márcio Blues Band iniciou o show pelas 23:20. Ivan, gaitista de primeira, gravou seu primeiro CD em Chicago, onde participou de várias jams pela cidade, e também de vários festivais nacionais e internacionais.
Em seguida entrou Gerald Noel, conceituado saxofonista dos tempos da Motown. À esquerda, Giba Byblos que também andou entre as mesas e deu um show.
Shirley, com seu vozeirão que lembrava Tina Turner, cheia de caras e bocas, brincou bastante com o público e cantou clássicos do blues como Mojo Working, Wang Dang Doodle, Hoochie Coochie Women, Mustang Saly, Sweet Home Chicago, do pai cantou Every Day I Have the Blues, Rock Me Baby e Let the Good Times Roll...
Shirley desce do palco e se aproxima dos presentes.
Uma coisa me surpreendeu, pode-se dizer que a faixa etária de pelo menos a metade dos presentes, orbitava em torno dos 30 anos, e eram pessoas que realmente estavam lá pela música e curtindo o show. Pensei comigo the blues is alright.
Já no bis, apareceu essa moça que roubou a cena e o microfone por algum tempo. Cantou MUITO e não teve quem não se rendesse ao seu talento e voz. Shirley ficou admirada e adorou a inusitada intromissão. Era Bibba Chuqui, cantora e atriz.
Shirley entre as mesas cantando a última e se retirando.
Abaixo tem um link onde ela canta Koko Taylor com Wang Dang Doodle, que poderá dar uma pequena noção do que foi a noite.
Infelizmente é preciso estar sempre muito atento na hora de pagar a conta, mesmo num lugar desses em que esta deveria ser a última das preocupações. Já tive problemas nas 3 principais casas de espetáculo que frequento - Credicard Hall, HSBC Brasil e Via Funchal, onde os garçons até apresentam em rabiscos confusos o que você consumiu, com o valor, mas na hora de fazer a soma, tem sempre um erro, que nunca é para menos, o cálculo dos 10% também nunca bate. Desta vez foi pior, haviam sido consumidas 2 mini garrafas de vinho e estavam cobrando 3, depois, o garçom estava cobrando os 10% também sobre o couvert artístico, o que foi bem observado pelo meu amigo Marcus e prontamente rejeitado, por último, a conta foi dividida em 2 e quando fui pagar a minha parte no cartão, estavam sendo cobrados R$ 20,00 a mais. Achei lamentável que num lugar desse nível, coisas desnecessárias assim aconteçam. Não sei se é política da casa, "astúcia" do garçom ou incompetência mesmo, o fato é que três "equívocos" em uma só conta, acho que é demais, e saí com saudades da honestidade dos SESC's.
Ricardo Koetz
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