O cruzeiro - 15/11/2015 A fila para embarque era grande e entre nós também
estavam os integrantes das bandas que iriam se apresentar. Ao nosso lado passou
o sorridente Mike Portnoy seguido do simpático Neil
Morse, Hey guys, how are you doing? Bem organizado, tudo fluiu
rapidamente. Daqui por diante, só tínhamos uma
preocupação, organizar o tempo para que pudéssemos assistir a maior quantidade
de shows possível, já que normalmente existiam pelo menos três palcos com shows
e entrevistas acontecendo simultaneamente, uma crueldade! Como consequência, dormimos em média menos que 6
horas por noite e mal tínhamos tempo para almoçar ou jantar, passávamos correndo
pelo restaurante e agarrávamos qualquer coisa que pudesse ser engolida no
caminho entre um palco e outro. Apesar de existirem outros restaurantes no
navio, fora o principal, não tivemos tempo para aprecia-los. O navio fez duas
paradas em pontos turísticos, mas para a maioria não teria feito a menor
diferença se nem tivesse saído do porto de Miami. O único foco era a música e
mesmo assim deixei de ver muita coisa, não
assisti a nenhuma entrevista Meet & Greet, nenhuma Questions & Answers, nenhuma After Hours Prog Jam, praticamente não coloquei o pé em terra para conhecer os lugares em que o navio
parou, não conheci nenhum dos outros restaurantes do navio a não ser o principal
e muito menos usei a piscina ou as jacuzi de hidromassagem, mesmo
assim, teve duas bandas que não vi tocar, Marillion e infelizmente Saga. O show seguinte era o Moon Safari,
contudo, quando cheguei estavam tocando uma música bem comercial, na sequência
veio outra no mesmo naipe e acabei indo para o Pool Stage onde dava
para ver Miami sendo deixada para trás e Neil Morse preparando o
palco.
Quando Neal Morse Band começou o Sailaway Concert
já estava escuro e as luzes fizeram seu efeito no palco da piscina. Como sempre,
revesando-se entre teclados, violão e guitarra, fez um show eletrizante. A fera Mike Portnoy é sempre um show à parte, a exemplo de Neal, é
cativante tanto pelo talento quanto pela simpatia.
De volta ao palco Atrium, quem estava se apresentando lá era o
Thank You Scientist. Eles fizeram um som swingado, funkeado, dançante,
com peso e velocidade, mas acima de tudo caótico. Bem interessante.
YES Hora de correr pelo restaurante para engolir alguma coisa e ir para o belo
Stardust, apenas uma apresentação por noite nesse teatro. Os shows dos
headliners Yes e Marillion foram divididos em duas turmas, quem era
"Red" tinha que assistir aos anfitriões do cruzeiro hoje, caso contrário não
teria outra oportunidade. Conforme já havia conferido no Brasil em 2013, quando fecho os olhos, o americano Jon
Davison parece John Anderson cantando. Simpático e humilde, era o único da
banda que víamos circulando entre a galera no navio. Sem dúvida, a grande estrela da banda é Steve Howe. Billy Sherwood, o baixista que substituiu o membro fundador do Yes, já
havia trabalhado com a banda como guitarrista antes e assumiu o lugar de Chris
Squire atendendo seu próprio pedido pouco antes de morrer de leucemia. Esteve
discreto e eficiente, acho que a postura foi correta em respeito ao Chris e aos
fãs.
Geof Downes comandou os teclados de forma competente, como sempre.
Outra coisa que nos motivou a ir no cruzeiro foi a nuvem negra que paira
sobre a banda, muita especulação sobre o futuro dela e principalmente o cruzeiro
que não teve todos os ingressos vendidos. O Yes está sem dois de seus principais
integrantes, o vocalista Jon Anderson e agora seu baixista Chris, único membro
original que participou de todos os discos da banda. Muitos dizem que Yes sem os
dois não é Yes...
O carismático Alan White deu um show... Seja como for, desejo longa vida ao Yes e ao cruzeiro.
Barracuda Triangle
Trabalho paralelo de três membros do The Flower Kings, os suecos /
alemão Tomas Bodin - teclados, Jonas Ringold - baixo e guitarra, Felix Lehrmann
- bateria.
Certa vez Jonas classificou o som deles como cinematográfico, sonhador,
espacial, lindo, feio, dinâmico com elementos minimalistas... "Adicione um pouco
de King Crimson, Black Sabbath, Richard Strauss, o impressionismo de Claude
Debussy e você terá uma boa imagem sobre o que se trata." Entendeu? Eu resumiria
como um instrumental progressivo pesado. Perdido em algum lugar do navio, entre um palco e outro, encontrei um
simpático casal suíço, quando de repente apareceu Neal Morse,
"Hey, estou ouvindo alguém falar alemão aqui." exclamou ele em bom e claro
alemão. Não deixei que escapasse sem autografar o álbum triplo que tenho
dele.
Three Friends Como eu já havia visto na noite anterior, estava decidido a não assistir
novamente para pegar um bom lugar no show do Spocks Beard, mas sabe quando você
dá uma passadinha só para ver um pedacinho e não consegue sair mais? O som
estava muito melhor que no cassino e todos os instrumentos soavam cristalinos. Mesmo sem o guitarrista, a mistura inebriante desse som
aventureiro e experimental de Rock Progressivo, que funde jazz, blues, madrigais
e música clássica, me cativou e fiquei até o final.
Spok's Beard A Banda formada originalmente pelos irmãos Alan e Neal Morse, em 1992, é de Los
Angeles. O nome veio da série Jornada Nas Estrelas, do personagem Spok. Neal Morse saiu em 2002, mas a banda continuou ativa e produzindo belos álbuns. Vou falar mais sobre a banda quando relatar o show que fizeram na piscina. Depois de assistir a sete shows, foi hora de capotar na cama, sem nem me importar com o ronco dos companheiros de quarto. Ricardo |
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