Miami
No day after do cruzeiro, 20/11/2015,
tínhamos a opção de assistir aos shows da Bonnie Tyler, 38 Special e Night
Rangers, mas achei comercial demais depois de tudo que já havíamos visto.
Tiramos o dia / noite de folga para passear um pouco. Ao contrário de New York, Miami não me
conquistou. Apesar de limpa e organizada, na minha opinião, é uma cidade grande parecida com qualquer outra.
Até o paraíso dos consumistas estava com muita
coisa cara, por culpa de nosso real x dólar que estava 4 para 1. Acabei
aprendendo também que geralmente o primeiro preço informado não é o que vale, mesmo aqui. Só
como exemplo, uma máquina fotográfica Sony H-400, depois da choradeira clássica
caiu de 399 para 299 dólares. Nunca aceite o valor informado, pechinche
sempre! Mesmo para quem não é músico é sempre legal visitar
uma loja da Sam Ash. Saúde, PC! Uma cervejinha ("inha" mesmo) na Ocean
Drive, avenida à beira da praia pode custar perto de 40 reais. Na hora do agito,
de carro, você pode levar uns 20 minutos para percorrer pouco mais de 1
km. Apesar de muita mulher bonita, as ruas de bares badalados de Sampa não ficam
devendo nada - e é mais barato. Para comer, não tem jeito, ou você parte para o
fast food, umas 12 doletas, ou tem que estar disposto a desembolsar
quase 30 dólares por um prato de comida. Uma alternativa interessante para mim
foi a rede Pollo Frito, que tem feijão preto, frango, costela de porco... À
noite rachávamos uma pizza de 5 dólares da 7 Eleven. Dá para aguentar - por
alguns dias. Já Miami Beach é mais bonita que Miami, por causa
do mar, das mansões, dos carrões e iates, mas a praia é isso aí.
Encontrei esse malucão, gente boa, que me abordou no calçadão
da praia andando de bicicleta. Tem 70 anos e teve parte da perna arrancada por um tubarão num
mergulho em Key West. Faz parte de um clube que tem deficientes inscritos do
mundo todo, que se reúnem num encontro anual para viagens diversas. Fui
convidado...
Para quem curte discos de vinil, o Museo del Disco
pode ser um passeio legal.
Quando faço um retrospecto dos shows que já
assisti, me dou por satisfeito e posso afirmar que vi praticamente tudo que
gostaria, exceto pelo Eloy. É claro que sempre tem aquela banda que ainda não
vi, cujas chances são mínimas, como BTO, Boston, Grand Funk Railroad... Imagine
então o tamanho de minha surpresa ao descobrir que Foghat e The Guess Who iriam
tocar, de graça, no cassino onde foi feita a Pre Party
do Cruise To The Edge! Depois de tanta viagem de progressivo, eu estava
ansioso para sentir a energia forte e direta do hard rock puro e
sincero. Temendo filas quilométricas, chegamos debaixo de
chuva forte ao cassino, com horas de antecedência. Éramos os primeiros e ouvimos
um som que vinha de dentro do cassino. E era rock'n'roll!!! Passamos pela sala
de caça niqueis e saímos num espaço parecido com o de um jóquei clube, só que
para corridas de cachorros.
The Orchestra Olho para onde está o palco e demoro um pouco para
perceber que a banda que se denomina "The Orchestra" era formada de
ex-integrantes da Electric Light Orchestra (E.L.O.) executando músicas dela. À
esquerda Mik Kaminski no violino e o tecladista e arranjador Louis Clark, ambos
da formação clássica. Já à direita o guitarrista Parthenon Huxley e Eric Lee Troyer, ambos do ELO Part II. É claro que encerraram com Roll Over
Beethoven.
Está longe de ser minha banda de cabeceira, mas de
graça e com cerveja barata, não poderia ser melhor.
Retornamos para o local que daria acesso aos shows
que queríamos assistir, escutamos novamente um som vindo do cassino. Dessa vez
era uma banda de tiozinhos mandando ver classic rock da melhor
qualidade.
Sweet
Só para esclarecer, houve um racha no Sweet e agora
tem dois "Sweet" excursionando, este é o do baixista Steve Priest. Quando foi
para São Paulo em 2011, Steve sentava num banquinho nos intervalos das músicas.
Dessa vez ficou sentado direto, com cara de quem não está curtindo mais a
brincadeira. O vocalista era bastante competente, no entanto,
percebi que não deve ser o vocalista regular, não estava totalmente à vontade
com todas as músicas, pois cantava lendo discretamente a letra de uma ou outra
música. Acima o baterista Richie Onori.
Foghat
Eu mal podia acreditar, quando quero um hard
blues alto astral ouço sempre o fantástico álbum Live, de 1977, e agora eu
estava vendo o início do show com Fool For The City A perda do guitarrista e vocalista Dave Peverett
para o câncer em 2000 foi lastimável, no entanto, ele estava bem representado
por Charlie Huhn, que já tocou com Ted Nugent, Gary Moore, entre outros.
Ao fundo o baterista Roger Earl, único original.
Bryan
Bassett entrou na banda em 1989, depois de tocar no Molly Hatched. É um
fantástico guitarrista e quando entra nos solos com o slide, ele arrasa.
Stone Blue foi de arrepiar. Para fechar a noite e nossa viagem, uma banda canadense que, no final dos
anos 60, emplacou um hit atrás do outro.
Os remanescentes dessa época são o baixista Jim Kale e o baterista Garry
Peterson. Apesar de terem, na minha opinião, abusado da participação do público para
palminhas e partes cantadas, foi um excelente show, com muitos momentos altos.
Um deles é esse em que, para minha surpresa, tocaram a balada meio bossa nova
She's Come Undone, que caiu muito bem. Leonard Shaw lança mão de seu teclado e
dá um show na flauta. Foi muito legal.
O guitarrista Will Evankovich e o guitarrista e vocalista Derek Sharp
vinham numa atuação discreta com suas guitarras até então, no entanto, tudo
mudou com Shakin' All Over, em que começaram um duelo que iniciou lento, rodando
em círculos, um em volta do outro, e foi se incendiando até virar uma fogueira
total. Ganharam meu respeito. A voz de Derek se assemelha à original da banda e caiu muito bem para as músicas, mas
quem o vê, tem a impressão de que não gosta muito da fruta, contudo, é casado
com a bela cantora Sass Jordan, que, para quem não conhece, recomento uma
pesquisa e que busque alguns vídeos no YouTube.
Além das músicas que já citei, começaram com, Bus
Rider e tocaram, entre outras, Clap For The
Wolfman, No Sugar Tonight, American Women e a belíssima Share The Land.
Que forma maravilhosa de encerrar uma viagem espetacular.
Ricardo
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