27/02/2013 - Jockey Club
Quem me conhece, sabe que minha veia pop nasceu atrofiada e dela restaram no máximo alguns vasos sanguíneos, por isso, quando Elton John veio em 2011 para o Rock In Rio, não me interessei em ver o seu show ao vivo, mas acabei gravando-o, pois havia sido televisionado. Dias depois, quando assisti, me surpreendi com a qualidade da banda e a pegada rock'n'roll de várias músicas.
Por isso, quando soube que a tour do 40th Anniversary of The Rocket Man passaria por aqui, resolvi não desperdiçar a oportunidade. Todas as 16 músicas executadas no Rock in Rio foram repetidas e incluídas mais sete.
Além de dois telões não muito grandes nas laterais do palco, existia um que ficava bem no meio da platéia, atrás da mesa de som, para quem estava nos últimos setores. O palco tinha um telão enorme no fundo, mas que foi subutilizado, projetando imagens de estrelinhas, ondas e figuras abstratas que não tinham necessariamente uma relação com a música que estava sendo tocada. Um desperdício.
Destaque para Davey Johnstone, com Elton a mais de 40 anos, que trocou várias vezes de guitarra.
Como já presenciei várias vezes em shows à céu aberto, nuvens escuras vinham ameaçadoras de todos os lados, chegou a chover fino por alguns minutos, mas no momento do show, o céu abriu ao ponto de vermos estrelas, e só voltou a fechar quando o show já estava terminando.
Aos 66 anos, Elton John está ótimo, esbanjou disposição e fez belos solos de piano. Praticamente entre cada música ele se levanta, estendia os braços e curvava-se para fazer reverência ao público. Fez elogios ao país e muitos agradecimentos pela forma calorosa com que é recebido.
No total, tocou por aproximadamente 2h15min, fato raro em shows de hoje em dia, normalmente são 1h30 mais o bis.
Destaque e integrante original, o baterista Nigel Olsson. Por diversas vezes o baixista me roubou a atenção, muito bom, mas não consegui em lugar nenhum o nome dele, se alguém souber, por favor me informem, já que Bob Birch que tocava com ele, a pouco tempo atrás morreu, aparentemente por suicídio.
A empresa XYZLIVE organizou o que eles chamam de "teatro a céu aberto", distribuindo 15 mil lugares em cadeiras de plástico amarradas umas as outras, divididas em sete setores. O que isso mudou na prática dos outros shows que já assisti em estádios e arenas? Nada. O palco é baixo (por sorte todos ficaram sentados na maior parte do tempo), para se chegar até o local faz-se uma verdadeira peregrinação pelas dependências do Jockey (que é enorme), os banheiros químicos são um horror, a cerveja custa R$ 8,00 (preço promocional, na Madona foi vendida a 10) e tem um agravante, não tem lugar para estacionar. Como alternativa, divulgaram bolsões de estacionamento que cobravam R$ 30,00 e forneciam o translado por "apenas" R$ 20,00 por pessoa (enquanto que a passagem de ônibus normal custa pouco mais de R$ 3,00). Tudo muito ruim! O único diferencial foi cordialidade e simpatia do pessoal da organização (também só faltava, pagar um absurdo e ainda ser tratado com grosseria).
Momento de descontração durante o refrão "Lá, la-la-la-la-la" de Crocodile Rock.
Os preços extorsivos começavam perto dos R$ 400 a inteira e passavam de 1.000 no setor VIP, em Belo Horizonte os preços partiam de R$ 100,00 e na Argentina custavam menos de R$ 100,00.
Com um quarteto de backing vocals de impor respeito, a moça da ponta fez parte da Sly & The Family Stone, banda de R&B, funk e rock que chegou a tocar em Woodstock. O problema é que o site de Elton John fala só dele, o resto da banda não existe, se não consegui nem o nome do baixista, imagine o dela.
John Mahon na percussão. A qualidade de som estava muito boa, dava para distinguir todos os instrumentos.
Todas as músicas tocadas foram hits, mas posso destacar The Bitch Is Back, Bennie and the Jets, Goodbye Yellow Brick Road, Rocket Man (I Think It's Going to Be a Long, Long Time), I Guess That's Why They Call It the Blues, Skyline Pigeon, Crocodile Rock, Saturday Night's Alright for Fighting... Em, pelo menos, três oportunidades, a ditadura das partituras foi um pouco afrouxada, o que permitiu alguns improvisos por parte dos músicos, e nessa hora a música vira magia... e eu viajo. Teve também uma bela introdução bem progressiva de Funeral for a Friend/Love Lies Bleeding
Ricardo
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