07/11/2002 - Show particular no Bourbon Street e muito mais. Faltando dois dias para o show, meu amigo Pedro me telefona eufórico, tinha passado a noite anterior no saguão do hotel Hilton, com Thijs Van Leer tocando flauta e batendo papo. Tinha comentado também que estava procurando um fumo especial (de origem orgânica) e perguntou se conhecia alguém que tivesse. Comentei com meu amigo Anselmo que disse ter um especial que um amigo havia trazido da Índia. Fomos até o hotel onde nos recebeu muito bem, conversamos animadamente e disse que meu amigo iria cumprimenta-lo e passar no cumprimento, para evitar qualquer mal entendido, um fumo especial.
Thijs, eu e Anselmo No dia seguinte fomos até o Bourbon Street, onde todos os integrantes do Focus fariam uma aparição surpresa e dariam um prévia do show do dia seguinte. Ficamos numa roda de amigos do lado de fora e o primeiro que apareceu foi o guitarrista Jan Dumée, que namorava uma carioca e já falava muito bem o português. Para puxar papo perguntei o que ele conhecia sobre o Brasil, e ele respondeu: - Pergunte-me você o que você quer saber sobre seu país. - Bem, ouvi falar que você conhece bossa nova... - Não só bossa nova, eu gosto de Egberto Gismonte, gosto muito de Vila Lobos... Nesse momento percebi que não se tratava de arrogância, o cara conhecia muito bem o nosso país.

Pedro, Anselmo, Jan Dumée e eu Thijs chegou em seguida, entramos e ele e Pierre van der Linden (baterista) cobriu de elogios o presente que havia recebido na noite anterior e ofereceu pagar, mas foi recusado imediatamente. Thijs pediu uma cerveja e um copo com gelo!!! Foi a primeira e única vez que vi alguém tomando cerveja on the rocks.
Entre nós estão Boby Jacobs e Pierre van der Linden.
Estava rolando uma noite de black music, e lá pelas 2 da manhã Thijs fez uma participação.
Em seguida, o Focus subiu no palco e como o som dançante foi substituído pelo rock progressivo de Hocus Pocus, quem estava lá não entendeu nada e se mandou, com isso, eu e meus amigos, uns 10 felizardos ganhamos um show só para nós. No final o guitarrista veio nos perguntar se qualidade de som estava boa.
No dia seguinte fomos ao show no Palace, que foi maravilhoso. Thijs se revezava entre o teclado Hammond e a flauta. Sua voz já não atingia os agudos mais altos, mas daí entrava o Jan para fazer a vez. Tocou antigos sucessos e músicas de seu novo álbum Focus 8.
 Fábio, Schimitd, Anselmo, Rosalice, Sílvio, Pierre e Pedro Após o show fomos até o hotel e meu amigo levou mais um pouco do especial. Cheguei no Pierre e ele disse que achava melhor não pegar, pois no dia seguinte iriam embarcar para Belo Horizonte e achava que poderia ser revistado no aeroporto e ter algum problema. Thijs nos recebeu com um sorriso e falei do receio do Pierre. Nesse momento ele arregalou os olhos, levantou as sombrancelhas e me perguntou "você acha mesmo?" Oras, eu sei lá? Nunca ouvi falar que fosse feito qualquer tipo de revista em vôos domésticos, além disso, não tinham nada a temer. Mas já tinha batido a neura, e Thijs resolveu esvaziar os bolsos, pegou tudo que tinha, se dirigiu com a mão cheia para o Anselmo, cumprimentou-o e ele ficou boquiaberto parado na frente do segurança do hotel olhando para a mão dele cheia de pacotinhos. Falando entre os dentes eu grunhi para ele guarda logo essa porra, Anselmo, que eu te explico daqui a pouco. Foi uma cena hilariante.
Incansável, pousaram para fotos com todos que apareceram, e assim, despedimo-nos de nossos ilustres amigos. Ricardo Koetz
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