1995 - 1999

1995
 
  27-jan-1995 Rolling Stones - Voodoo Lounge Tour, no Pacaembu. Para ser sinsero, não me lembro se fui no dia 26, 27 ou 28, pois o Holliwood Rock tomou meu ingresso na entrada. Nunca fui muito fã da banda mas resolvi checar de perto a mais famosa banda rock'n'roll de todos os tempos. Me surpreendi com o profissionalismo da banda. Fizeram um show perfeito, impecável, e como efeito especial, trouxeram vários bonecos e temas gigantescos, muitos, mais altos que o palco, que eram inflados muito rapidamente, e que mudavam de acordo com a música tocada ou tema abordado. Tocaram algumas músicas do disco que dava nome à tour e o resto foram só clássicos. Muito bom.
 16-mar-1995 Bruce Dickinson - Olympia, uma história muito engraçada http://www.bluesrockshow.com/bruce-dickinson 
 25/27-mai-1995 

Paul Rodgers, Jeff Healey, Luther Allison, Derek Trucks, Solon Fishbone  Palace, Nescafe & Blues  http://www.bluesrockshow.com/nescafe-blues/paul-rodgers-jeff-healey

  2-set-1995 Alice Cooper, Ozzy Osbourne Pacaembu - Philips Monsters http://www.bluesrockshow.com/monsters-of-rock/1995---ozzy---alice-cooper 
 12-set-1995  Nazareth - Uriah Heep no Olympia, não tem o que dizer, shows excelentes, Uriah Heep fez um dos melhores shows que assisti na vida!
 13-set-1995   Uriah Heep - Nazareth no Olympia, era o tempo em que os empresários tinham um mínimo de respeito pelo público e quando sabiam que uma noite seria pouco, colocavam duas. Hoje, colocam uma noite só, cobram o dobro e ve quem pode pagar. Voltei no dia seguinte para me extasiar novamente, como as duas bandas se respeitam muito, um dia Nazareth abriu e no outro Uriah Heep abriu. Adoro o Nazareth, fui assistir várias vezes, se voltar assisto de novo, mas a apresentação do Uriah Heep foi muito eletrizante e ofuscou o show do Nazareth.
 25-out-1995The Alan Parson's Project - Palace, putz, eu adoro Alan Parson's, mas nessa noite algo saiu errado. O reportório estava ok, tocaram lindas músicas como Time, Eye in the Sky, Don't Answer Me, Games People Play, instrumentais maravilhosas como Mammagamma, mas eu estava do lado esquerdo do palco e o som estava alto demais, machucando o ouvido mesmo, e os dois vocalistas estavam ensandecidos, duas bichas no cio gritando pra cacete, sei lá, não consegui aproveitar, uma pena.
 21-nov-1995 Steve Vai - Olympia, poderia dizer que é um dos guitarristas mais virtuosos que existem, etc, etc, mas vou resumir, só não tocou plantando bananeira, fez todos os malabarismos possíveis e estraçalhou, mas eu fui mesmo para vê-lo tocar For the Love of God, e ele não me decepcionou, elejo esta música como um dos instrumentais mais bonitos que já ouvi e o vídeo também é o número 1 para mim. Veja o vídeo até o final e diga-me se a sequência de imagens no final não é demais. http://www.youtube.com/watch?v=Bt6r5A6_sVA
 
1996
 
 20-jan-1996

Jimmy Page & Robert Plant - The Black Crowes - Holliwood Rock Pacaembu, teve outras apresentações, mas meu desinteresse por essas bandas, varreu-as de minha memória. o Black Crowes fez um rock de fim dos anos 60 início 70 bem legal, Jimmy Page já tocou com os "garotos" e tem um DVD tocando praticamente só músicas do Led.

Se eu tivesse que resumir o show em uma palavra, esta seria ESTUPENDO! Baseado no trabalho No Quarter, em que lançaram algumas músicas inéditas e deram uma nova roupagem a antigos sucessos, graças a uma orquestra marroquina que utiliza instrumentos árabes, com aproximadamente 30 integrantes. A voz de Plant estava ótima e Page arrasou na guitarra. Um dos melhores shows que já assisti.

 16-mar-1996 Jethro Tull - Olympia, um belo show mesclando clássicos desde o começo de carreira, até hoje. Tocou Aqualung logo de cara para não ter que toca-la no bis, para o qual não faltou Cross Eyed Mary. Martin Bare teve seu espaço e tocou duas de sua carreira solo, para meu deleite. Foi um excelente setlist com mais de 25 músicas.
 18-mar-1996

Santana - Olympia, depois de tê-los visto arrepiar no Rock In Rio II por quase 2 horas, mesmo sem ser a atração principal, estava ansioso por vê-los tocar novamente. Um show que está entre os melhores que assisti, tocaram por quase 3 horas, incluindo os 2 bis de uns 20 minutos cada. Percussão pesada o tempo todo e solos muito legais. Fantástico!!! 

  6-jul-1996  Ritchie Blackmore's Rainbow no Olympia, logo que Ritchie abandonou o Deep Purple no meio de uma turnê, reativou seu antigo projeto e lançou um bom disco Stranger In Us All. Tocou clássicos do Deep Purple, Rainbow, do primeiro Ritchie Blackmore's Rainbow e do disco atual.
  7-ago-1996  Yngwie Malmsteen - Olympia, se, conforme pessoas de seu convívio íntimo dizem, ele é intragável, no palco se mostrou muito amistoso com o público. Talvez o guitarrista mais rápido e perfeccionista da atualidade, fez um show cheio de malabarismo, em que tocou músicas de diversas fases de sua carreira e também alguns covers. Gostei do show.
 17-set-1996  Steppenwolf - Palace, tocaram praticamente só músicas antigas. Eu estava dividindo a mesa com mais 5 pessoas, entre elas o Roger do Ultraje à Rigor, um pouco desconfortável, pois fora completamente ignorado pelos presentes. Na hora do bis, com todos de pé, procurei ser simpático e perguntei: para você que é baixista, ver uma banda de rock tocar sem baixo, não é estranho? É meio esquisito mesmo, mas o teclado cobre bem - foi sua resposta. Apesar de eu gostar de algumas músicas deles, principalmente pelas letras inteligentes, foi o máximo de assunto que encontrei.
 
1997
 
 ??-???-1997  Annie Haslam - Bourbon Street, adoro a voz feminina no rock e ter assistido ao show da voz mais importante do rock progressivo, com ela tão próxima foi um sonho que jamais cogitei ser possível de realizar. No ambiente intimista do Bourbon, pediu que as pessoas mais próximas ao palco não fumassem, o que não adiantou muito (outros tempos). Esteve acompanhada por apenas um músico, David "Squiggy" Biglin, que ora tocava o violão/guitarra, ora o piano. Depois de um intenso tratamento de quimioterapia, por causa de um câncer no seio, "deu à luz" ao CD Blessing  in Disguise. Tocou músicas desse disco, sucessos do Renaissance, e, perto do final, contou-nos sobre sua batalha contra a doença, e que Nossa Senhora a ajudou muito, em seguida, cantou Ave Maria, sem instrumentos e sem microfone - foi emocionante. Tentou também cantar uma música do Yes mas esqueceu a letra, ficou envergonhada, pediu mil desculpas e começou novamente, mas não conseguiu passar de um certo ponto, tampou o rosto com as mãos e sob aplausos, caiu de joelhos pedindo perdão. O seu músico veio e sussurrou a letra no ouvido e ela terminou. Foi um lindo show. Depois disso, caiu de amores pelo Brasil, voltou outras vezes, visitou favelas, gravou um disco Under Brasilian Skies com Flávio Venturini, mas essa já é uma outra história.
 20-mar-1997  Deep Purple - Olympia, era a primeira vez que veria a banda sem o lendário Ritchie Blackmore, substituido pelo Steve Morse. Guitarristas de estilo diferente, certamente a banda perdeu um pouco de sua personalidade, no entanto, o clima no palco era muito mais leve e todos estavam se divertindo. Estavam promovendo o Perpendicular, mas não faltaram clássicos como Hush, Perfect Stranges, Woman from Tokio, Smoke...
 21-mai-1997 

Ten Years After (Alvin Lee and) - Palace, quando falamos dessa banda, vêm-nos na memória o virtuoso guitarrista Alvin Lee, se formos falar de um baixista famoso, pensamos em Geezer Butler do Black Sabbath, que toca ferozmente seu baixo como ninguém. No entanto, se você assistir a um show do Ten Years After, o primeiro que te virá à mente, depois disso, será Leo Lyons. Esse baixista simplesmente rouba a cena, é impossível tirar o olho dele. Procure no YouTube, eles tocando Good Morning Little School Girl e nunca mais se esquecerá desse músico, e quando te falarem de Ten Years After irá lembrar dele antes de lembrar do resto. O show foi excelente, clássicos maravilhosos, solos estonteantes e viagens incríveis com Leo - um monstro em seu instrumento. Infelizmente o show foi curto, durante a primeira música do bis, um panaca subiu no palco e Alvin Lee, em uma atitude exagerada, soltou sua guitarra no chão, correu assustado para o backstage e não voltou mais.

 20-ago-1997  Emerson, Lake & Palmer - Olympia, depois do estupefante show no Palace em 93, fui com a expectativa muito alta e, claro, nunca nada é tão marcante quanto na primeira vez. Rolaram Take a Pebble, Tarkus, Lucky Man, Touch and Go, mas a surpresa mesmo foi 21st Century Schizoid Man dos tempos do King Crimson, banda que ele participava no fim dos anos 60.
 12-out-1997 

Free Jazz Festival - Palace

Ronnie Earl toca um "slow" blues com um pézinho no jazz e forte presença do teclado Hammond. Fez uma ótima abertura.

Otis Rush é um negrão consagrado do blues, canhoto, mas a exemplo de Albert King, só virou a guitarra de cabeça para baixo e mandou ver. Tem sucessos que foram inumeras vezes regravados por outros famosos, a exemplo da baladona gostosa All Your Love, regravada também pelo Gary Moore, aliás, para minha surpresa, achei essa música no YouTube, gravada no Free Jazz, na noite em que eu estava presente, quem quiser ver, vale a pena: http://www.youtube.com/watch?v=Eb4fC3Hg3mM

Jimmie Vaughan, por ser irmão de Steve Ray Vaughan, disparado meu guitarrista favorito, fui assistir ao show com uma expectativa alta demais. Como Steve morreu estupidamente naquele acidente de helicóptero, no lugar de Eric Clapton, depositei todas as minhas esperanças em ver algo de sua genialidade no irmão. Ao contrário de Steve que tocava sua guitarra de forma visceral, Jimmie é contido... contido demais! Estava usando um topete esquisito e não tinha nada que me lembrava meu ídolo. Sei que meus amigos músicos de blues o consideram um gênio e que vão se desapontar com o que vou dizer, mas para mim faltou alguma coisa - muita, na verdade, e confesso que por algumas vezes olhei em volta buscando uma brecha para sair, mas como estava impossível levantar, fiquei até o final. A única vez que voltei a sentir vontade de abandonar um show antes do seu final foi no de um outro gênio, Eric Clapton no Pacaembú, mas está já é uma outra história.

 
1998
 
 13-abr-1998

Rolling Stones com Bob Dylan (Bridges to Babylon) Estádio (Pista de Atletismo) do Ibirapuera. Segunda-feira caótica para quem deixou para chegar em cima da hora ou de carro, o show foi deliberadamente atrasado por praticamente uma hora para dar a oportunidade de mais pessoas chegarem.

Seria a segunda vez que veria Bob Dylan num show e já sabia o que esperar, iria tocar o que quisesse, como quisesse, sem se importar em agradar ninguém...

Os Stones fizeram um mega show, o mais profissional que já havia assistido, enormes telões, efeitos especiais e uma ponte metálica retrátil que saía por baixo do palco e se extendia até um palco pequeno no meio da multidão, representando os shows antigos e mais intimistas. Começaram com Satisfaction, Let's Spend the Night Together, Gimmi Shelter... Like a Rolling Stone com o autor, Bob Dylan, participando... No palco pequeno tocaram Under My Thunb, Honky Tonk Women, Start Me Up, Junking Jack Flash... e fecharam com Brown Sugar. Foram mais de 20 músicas executadas de forma impecável!

  9-mai-1998 Yes - Olympia, com Steve Howe comandando as guitarras, para citar apenas algumas, rolaram Siberian Khatru, Wonderous Stories, Long Distance Roundaround, Owner of a Lonely Heart, I've Seen all Good People, Roundabout, Starship Trooper.
 26-set-1998 

Philips Monsters - Estádio (pista de atletismo) do Ibirapuera

Glenn Hughes, o sol ainda raiava quando "The Voice of Rock" subiu ao palco e tocou com uma energia incrível sucessos de sua carreira solo e dos tempos do Deep Purple, onde faltaram Burn e, para minha alegria, This Time Around e You Keep on Moving.

Savatage, quando você vai a uma maratona de shows, é normal que a metade do que vai tocar seria totalmente dispensável. Já conformado com isso, levo sempre algo para ler, enquanto tenho luz suficiente, e deixo o som rolar. Contudo, logo no início do show dessa desconhecida banda, para mim, um piano muito bem tocado, que serviu de introdução para o peso de Welcome, me chamou a atenção. No final dessa música eu já estava de pé para ver 6 de seus 7 integrantes fazendo combinações vocais que os faziam soar como um coral. Acho que nem o Queen brincava tão bem com as vozes, foi uma surpresa ouvir um som tão bem trabalhado e tocado. Em resumo, eles estavam lá para divulgar o excelente álbum Wake of Magellan e quando terminaram de tocar a música homônima, eu já estava louco para sair de lá e encontrar este ótimo CD o mais rápido possível.

Saxon, está entre minhas bandas de metal preferidas, fizeram um excelente show, tocando Crusaider, Heavy Metal Thunder, Motorcycle Man entre tantos outros clássicos.

Dream Theater, como é chato ir a um show e assistir a apresentação de uma banda desse calibre sem quase conhecer nada deles, mais chato ainda é conhecê-los melhor depois e saber que deixei de ter uma compreensão total do show por falta de conhecimento. Todos músicos muito talentosos, tocaram um metal progressivo muito bem trabalhado, é tudo que posso dizer...

Manowar, extremamente competentes, metalzão pesado bem trabalhado, tocaram clássicos de várias fases de sua carreira, apesar disso, talvez já pelo cansaço, curti muito mais as duas primeiras apresentações do que esta. 

 18-out-1998 

Free Jazz Festival - este festival sempre foi realizado no Palace, mas neste ano (e acho que no anterior também) foi realizado em enormes tendas montadas no Jokey Club. Em matéria de conforto deixou muito a desejar com relação ao Palace, no entanto, por ser maior, talvez tenha propiciado a oportunidade de mais pessoas frequentarem.

Wayne Shorter foi a primeira atração, toca principalmente sax, é figura carimbada no Brasil, mas meu ouvido não é suficientemente desenvolvido para conseguir apreciar algumas das nuances desse estilo, e acabei não me intusiasmando com o show dele, ignorância talvez. 

Jeff Beck, talvez o primeiro dos guitarristas que seguiram carreira solo instrumental, toca um rock fusion, interessante, fez um show empolgante, principalmente pelo seu talento de encontrar figuras femininas de competência ímpar para acompanha-lo no baixo. Desta vez tinha uma loirona que franzia a testa, cerrava os dentes e tocava na mesma velocidade que Jeff, acompanhando as mesmas posições complicadas, roubou a cena várias vezes.

 
1999
 
 23-fev-1999 Creedence Clearwater Rivisited - Olympia, o repertório foi praticamente o mesmo do álbum ao vivo Recollection. Sem seu principal integrante e vocalista John Fogerty, arrumaram um cara que cantava igualzinho. Duvidei que tivessem a ousadia de repitir o que fizeram no CD, I Heard It Through the Grapevine que tinha 15 minutos, teve 12 de solo de guitarra, maravilhoso, fizeram o mesmo. O mesmo aconteceu com Suzie Q, com mais de 10 minutos, onde a maioria foi solo. Só não caí duro porque sabia o que poderia esperar, pois já conhecia o CD.
 17-abr-1999 

Kiss - Interlagos, pisar neste templo sagrado do automobilismo, andar por uma pista por onde passaram Fittipaldi, Senna, Lauda, Piquet, etc. por si só já é emocionante, para ver a um show do Kiss, com a mesma configuração dos shows que estavam sendo feitos "lá fora", melhor ainda.

Era quase inacreditável poder ver a formação original, em sua grande volta, fantasiados, como no show que comento na abertura desse site. Um show só de clássicos, onde Paul Stanley, num frio do cão, em pêlo da cintura para cima, passou do palco para uma torre, "voando" por cima de nossas cabeças; Gene Simons cuspiu fogo, cuspiu sangue, foi içado até uma plataforma que ficava no topo da estrutura metálica, numa altura absurda; Peter Cris fez seu solo com sua bateria que era elevada a vários metros do chão e Ace Frehley,  ficou um tempão fazendo barulho com sua guitarra, soltando rojões pelo braço dela - diga-se de passagem, o ponto enfadonho do show, um verdadeiro pé no saco, pois com tanta música boa, desperdiçaram bem mais de 10 minutos com firulas. Tirando isso, foi ótimo.

 21-abr-1999  Bruce Dickinson - Via Funchal, esta foi a primeira vez que senti, de forma tão forte, uma energia quase palpável, criada pela empatia entre platéia e artista, em que era difícil dizer quem estava no comando. Bruce ovacionado retribuía com petardos que eram cantados com vigor em uníssono com ele. Todas as músicas foram assim! Esta interferência fortíssima dos presentes ficou registrada no CD Scream For Me Brazil, onde é possível perceber do que estou falando. Sinto-me orgulhoso de ter participado desse registro e noite memoráveis, o único porém fica por conta da capa do CD que tem uma inexplicável piranha (peixe) na capa, que, por incrível que pareça, só foi lançado nas terras brasilis muito tempo depois, quem o queria muito tinha que comprar importado.
 20-ago-1999  Annie Haslam - Palace, depois da calorosa recepção que teve 2 anos atrás no Bourbon Street, ela agora retornou com o apoio de uma banda, onde tocou alguns maravilhosos clássicos do Renaissance e também muitas músicas de sua carreira solo.
  8-set-1999  Yes - Olympia http://www.bluesrockshow.com/yes
 
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