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2011

Não valeu - Morumbi 26/03/11
 
Acordei este sábado aliviado, finalmente uma manhã de sol, e torcia para que não chovesse ao anoitecer. Em contraste com o conforto dos últimos shows que tinha assistido, facilidade para estacionar, mesas bem localizadas, cadeiras confortáveis, comes e bebes de qualidade e fácil aquisição, banheiros impecavelmente limpos... eu estava a poucas horas de enfrentar tudo ao contrário, bom, mas este é um assunto para daqui a pouco. 
 
 
Nos anos 70, algumas megabandas, hoje chamadas de dinossauros do rock, tinham seu avião próprio, como o Led Zeppelin e o Emerson, Lake & Palmer. Mas esses eram outros tempos, tempos em que discos eram vendidos aos milhões em todo o mundo e davam rios de dinheiro. Na contramão da história, o Iron Maiden é a única banda que hoje em dia ainda se dá a esse luxo. O preço que eles pagam é fazer a maior quantidade de shows no menor espaço de tempo possível, por isso, usam seu tapete mágico para voar de lugar para lugar em tempo recorde, transformando turnês que levariam anos para serem feitas em períodos de pouco mais que seis meses.
 
Desde que vou em shows de grandes festivais, geralmente sou torturado por alguma coisa que detesto para depois poder ver o que  queria, dessas bandas, existem duas campeãs: quando a coisa é mais light, são os Titãs, quando é pesada, Sepultura. 
Ao entrar no estádio fiquei sabendo que haveria uma banda de abertura, adivinha? Sepultura! Argh, tive vontade de dar meia volta, pois sempre achei que um motor de trator desregulado tem mais música do que eles, portanto, não me considero capacitado a tecer qualquer comentário quanto a apresentação da banda dos irmãos Cavalera.
 

Eram quase 21hs e estava com o coração apertado, pois nesse momento estaria acontecendo o último Encontro Internacional da Harmônica no SESC Osasco, com Andy Just, que na Europa costuma arrastar milhares de pessoas aos seus shows. Apesar de o  ingresso do Iron estar marcando o início do espetáculo para as 21:30, os autofalantes começaram a tocar Doctor, doctor, please... do UFO. Me preparei para ver mais uma vez a maior banda de heavy metal da história entrar no palco, 30 minutos antes do horário marcado. Ótimo!

Foram recebidos pelos berros de 55 mil pessoas, eu só não contava com a inexplicável falta de qualidade do som. Talvez os fãs do Sepultura tenham achado até que ficou melhor... mas não foi o meu caso. É normal que no início o som fique meio embolado, mas não, ele estava distorcido, rachado talvez pelo excesso de volume. Fiz uso de meus protetores auriculares e com tristeza assisti a um grande espetáculo, uma excelente performance de todos os músicos, belos efeitos visuais, mas com uma baixa qualidade de som. Achei que poderia ser o lugar, às vezes mudando de lugar melhora muito, mas não era o caso, assiste Running Free, minha preferida, a última do bis, da rampa de saída, e a meleca era a mesma.

 
O repertório era basicamente de seu último álbum, The Final Frontier, que contou também com clássicos como, Fear of the Dark, Iron Maiden, Two Minutes to Midnight, 666... O frontman Bruce Dickinson não parava, solos e músicas apresentadas de forma impecável.
 
 
O mascote Eddi, um robô enorme, recebeu uma repaginada e caminhou com seu novo visual entre os músicos. Tudo fantástico, infelizmente faltou um som digno da banda que estava se apresentando.
 
 
 
 
 
 
Ah, sim, o show do SESC foi um arraso, com ingressos de 3 a 12 reais, os gaitistas Andy Just (EUA), Gonzalo Araya (Chile) e o brasileiro Marcelo Novaes fizeram um show inesquecível, segundo amigos que foram.
 
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