08/08/2013 - Manifesto Bar
Apesar de eu já ter assistido shows neste bar e tudo ter transcorrido com pontualidade e sem problemas, dessa vez o meu pavor de shows em barzinhos se justificou. A abertura da casa deveria ser às 20hs e sem que ninguém se preocupasse em dar qualquer explicação, ficamos do lado de fora, por praticamente uma hora e meia. Havia um grupo na fila que tinha levantado de madrugada no Rio Grande do Sul, viajaram de carro, voaram até São Paulo, passaram o dia num congresso e quiseram aproveitar a noite com o show, depois de 1h30 na fila e o show começando com mais de 2 horas de atraso, tiveram que sair depois de ver apenas 4 músicas.
A banda principal teria chegado tarde e ouvimos do lado de fora a passagem de som deles.
Quando finalmente as portas se abriram, tivemos que aguentar a passagem de som da banda de abertura que só tocou perto das 23hs.
A abertura ficou por conta da competente banda Perdidos da Augusta. Uma banda especializada em músicas dos anos 50 e 60 que animou os presentes. Fecharam a apresentação com duas músicas que destoaram do repertório até então apresentado, mas não deixou de agradar, foram The Seeker do The Who - ótima surpresa para mim - e With a Little Help From My Friends, dos Beatles, imortalizada por Joe Cocker em Woodstock.
Jefferson Starship foi formado por alguns músicos que eram integrantes do Jefferson Airplaine que havia se dissolvido. Pouco antes da meia-noite, dinossauros que tocaram em Woodstock, subiram no palco para tocar clássicos impactantes para uma platéia de umas 70 pessoas. Não consigo entender o que houve... Espero que os shows que se seguiram em Porto Alegre, Florianópolis, Rio de Janeiro e Salvador tenham tido o público que merecem.
Antes de começarem a tocar, a loirona Cathy Richardson disse que estava celebrando o Dia do Orgasmo Feminino. David Freiberg indagou "mas não é todos os dias?" Cathy, de forma discreta, com um sorrisinho malicioso de canto de boca, chacoalhou negativamente a cabeça. No início da primeira música esfregou as duas mãos na cabeça para despentear todo o seu cabelo.
Acima o fundador Paul Kantner que alternava entre esta e uma outra guitarra, a cada música, esteve um pouco hesitante, mas tocou e cantou muito bem. Quando voltaram para o bis, ficou bastante irritado com seu roadie, atirando com raiva uma palheta nele para chamar sua atenção, pois não havia plugado corretamente sua guitarra e não saia som.
Cathy que tinha apenas seis meses de vida quando sua futura banda tocou em Woodstock, e que nem havia sido gerada quando estourou o principal sucesso da banda, Somebody to Love, é dona de uma voz vigorosa que lembra bastante a vocalista original Grace Slick.
Sem se deixarem abalar, tocaram animadamente para o pequeno público que reagiu com entusiasmo. À direita o guitarrista e colunista da revista Guitar Player, Jude Gold.
Acima o co-fundador David Freiberg com o baterista Richard Anthony 'Tony' Newman. Completam o time o tecladista Chris Smith que fez o baixo no teclado.
Tocaram quase todas as músicas que estão no cartaz que coloquei no início dessa página e é praticamente desnecessário dizer que as duas últimas foram Somebody to Love e Volunteers. Curiosidade: a moça tem trabalho solo e já acompanhou a banda Big Brother & The Holding Co. (banda de Janis que assisti aqui na Virada Cultural em 2010), cantando só Janis Joplin, mas tenho a impressão que gosta mais do country romântico.
Apesar de ter acabado em torno da 1h30min da madrugada, o show mal tinha começado e eu já tinha me esquecido de todos os detalhes desagradáveis que nos amarguraram antes do espetáculo.
E viva o Dia do Orgasmo Feminino!
Ricardo
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