Johnny Winter

Ele veio!!!
- Via Funchal 23/05/2010
 
Havia uma grande expectativa com relação ao show, da última vez que ele vinha, faz uns 4 anos talvez, as notícias já não eram boas, boatos de que estaria muito debilitado fisicamente, teria entrado no palco numa cadeira de rodas em alguns shows anteriores, enfim, daí veio a notícia de que o show havia sido cancelado, por motivos de saúde. Na época tínhamos um conhecido no Via Funchal que nos contou que na verdade o visto dele havia sido barrado pela polícia federal. Em função de sua irreversível dependência a heroína, ele a recebe do governo inglês como medicamento e teria declarado à polícia federal de que entraria com heroína no país. Esta operação é possível, no entanto exige um tramite burocrático que levaria mais de um mês, e não havia mais tempo hábil para isso. Ele não devia ter declarado nada, aqui a gente arruma o que ele quiser! Disse-nos o nosso colega.
 
Hoje os boatos continuam e antes de comprar o ingresso, vi sua extensa agenda de shows pelo mundo, só aqui faria 5 shows em diferentes capitais, sendo SP a penúltima da escala, temi que não aguentasse o tranco e que teria o dinheiro de volta novamente.
 
Coincidentemente faltando poucos dias para completar 23 anos do show de Edgar, meu "primeiro" show, eu iria agora assistir ao show do seu irmão Johnny. Dos irmãos albinos, Edgar sempre teve uma veia mais pop, toca bem o sax e teclados, enquanto Johnny é blues rock viceral.
 
CC&A
 
Não tinha idéia do que se tratava, mas logo tudo ficou claro, é o novo trabalho que junta três guitarristas brasileiros de primeira, André Cristonvam, Luis Carlini que tocou com Rita Lee na banda Tutti Frutti e Alvaro Asmar, blueseiro bahiano. Tocaram músicas próprias e blues clássicos, muito legal, pena que quando as três guitarras tocavam juntas o som sujava, não sei o que aconteceu.
 
 
André Cristovam, um conservador, com seu amplificador valvulado.
 
 
Carlini e sua guitarra havaiana
 
 
Asmar fazendo um belo solo usando o slide.
 
 
Carlini com sua Gibson Firebird. Foi engraçado, é igual a do Johnny Winter e antes de o show começar, a que estava no pedestal era a de Carlini e o pessoal ficava fazendo o maior sacrifício para fotografa-la, pensando que era a de Johnny.
 
 
Johnny Winter tocou por uma hora e meia magra, entrou caminhando, com dificuldade é verdade, mas mostrou-se bem disposto. A idade e os excessos lhe afetaram o andar, mas seus dedos continuam ágeis e firmes.
 
 
A sua voz rouca agora está mais macia. Começou com Hideaway (Eric Clapton). Para minha alegria Good Morning Little School Girl foi logo a terceira a ser tocada. Rolou também Red House (Jimi Hendrix), It's all over now (Rolling Stones), entre muitas outras.
 
 
Vito Liuzzi se contorce a cada toque de suas baquetas, um baterista fenomenal de curriculum enorme. Nunca vi nenhum baterista de blues tocar como ele.
 
 
Johnny só troca de guitarra e toca a sua Firebird com o slide no bis, estraçalhando com uma versão turbinada de Highway 61 (Bob Dylan). Pela posição do dedo mindinho com o slide dá para imaginar os agudos que estava tirando no solo. Na minha opinião faltou tocar qualquer uma com o  violão de lata (dobro) do álbum Third Degree.
 
 
 
Uau!!! Olha só isso!!! Tudo isso acontecendo a uns 4 metros de distância de onde eu estava. Da esquerda para direita: Vito Liuzzi, Paul Nelson, Johnny Winter e Scott Spray.
 
Longa vida ao rock'n'roll e a Johnny Winter também.
 
Ricardo
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