Kansas

21/11/2014 - HSBC Brasil



Depois de ter assistido a um dos melhores shows de minha vida dessa mesma banda em Niagara Falls http://www.bluesrockshow.com/rock-nos-eua/kansas, fui assistir a este show com uma expectativa muito alta, sem medo de me decepcionar.


Não sei o que gosto mais, se é a divindade do violino ou a sutileza dos solos de guitarra que chegam a me comover quase às lágrimas.
 

É inacreditável a versatilidade que eles têm para transitar entre o peso de um conjunto instrumental monumental e, no segundo seguinte, se tornar sutil e cerimonioso, sempre com todos os instrumentos bem dosados e harmonias vocais perfeitas.



Ora a guitarra sentimental se transforma vigorosamente para contrastar com a suavidade do piano e do violino, enquanto que em outros momentos, todos os instrumentos se transformam num vendaval de harmonias mágicas espalhadas ao nosso redor para o deleite de quem voa com eles. Talvez o grande mérito é que conseguiram produzir um som progressivo e elaborado sem ser burocrático, tornando-o acessível também para ouvidos menos preparados.


São poucas as bandas que conseguiram produzir trabalhos inteiros, consistentes, bons de ponta a ponta e tão ricamente multifacetados como o Kansas.
 

Acima o extraordinário violinista David Ragsdale, tocando guitarra, e o baixista Billy Geer.


Acima, Phillip Ehart que junto com o guitarrista Rich Williams são os membros remanescentes da primeira fase da banda, sendo que Rich não participou bem no início.


Confesso que fiquei desapontado quando li que o vocalista Steve Walsh, que comandava os vocais há 41 anos, tinha deixado a banda e não viria para o Brasil, mas o que, para mim, parecia ser uma desvantagem, acabou gerando a oportunidade de a banda tocar músicas que a muito tempo não tocavam, já que exigia um timbre de voz que Steve não alcançava mais. Felizmente Ronnie Platt tem a voz idêntica e não foram necessários mais que cinco minutos para eu me esquecer de que não era o vocalista original que estava ali. Provavelmente 95% dos presentes nem sabia que se tratava de outro vocalista.
 

Quando Steve apresentou sua demissão, segundo Rich, tiveram poucos dias para encontrar um novo vocalista, recruta-lo, ensaiar e sair em turnê em setembro desse ano. Ronnie era caminhoneiro e tinha uma banda que tocava classic rock, inclusive Kansas. Ronnie foi humilde e disse que não queria se igualar a Steve, queria apenas fazer o melhor possível para honra-lo - conseguiu com méritos.



Apesar de Ronnie também tocar teclado, aparentemente suas habilidades não foram suficientes, pois, David Manion, um tecladista adicional foi recrutado.
 

Rick disse que adora o que faz e que não pretende parar, desculpou-se por ter demorado tanto a voltar. Exaltou as qualidades do novo vocalista e disse que graças a ele conseguiriam tocar músicas que há muito tempo não executavam.
 
Começaram o show com People of the South Wind, Point of Know Return e várias do excelente álbum Leftoverture, Dust in the Wind é claro que não faltou, e incluíram duas que fazem um sucesso enorme entre os "mais novos", Play the Game Tonight e Fight Fire with Fire, que são parte da fase em que a indústria musical pressionava por materiais mais comerciais o que ironicamente levou ao fracasso desses álbuns, enquanto que o os antigos sucessos se transformavam em hits.
 
Tomara que voltem mais vezes.

Ricardo
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