A maioria absoluta das pessoas que conheço, liga o rádio para ouvir músicas que gostam e se distrair com elas, eu ligo o rádio torcendo para ouvir uma música que nunca tinha ouvido antes e conhecer mais uma. Apesar disso, senti-me meio estranho em ir a um show em que não conhecia nada do que ia rolar. É claro que conhecia o baixista Billy Sheehan do trabalho instrumental no grupo Niacin, com o G3 e cheguei a vê-lo acompanhando Steve Vai, mas não conhecia nada de Mr. Big, muito menos da banda de abertura.
A banda de abertura foi do vocalista Jorn Lande, líder da banda norueguesa denominada Jorn. De currículo extenso, já emprestou sua a voz a projetos de Yngwie Malmsteen, Don Airey (tecladista do Ozzy, Rainbow, Deep Purple), Uli Jon Roth (Scorpions), Ken Hensley (Uriah Heep) com seu ótimo trabalho Blood on the Highway, Avantasia, entre outros, mas teve maior sucesso com a banda alemã Masterplan.
Tocaram por uma hora e meia um som que lembra muito o Black Sabbath quando tinha o Dio nos vocais, no final, rolou a homenagem ao próprio, com A Song to Ronnie James e Rainbow in the Dark.
Mr. Big
Em 22 de maio, quando estive nesta casa para assistir ao Asia, havia uma grande procura pelos ingressos para o Mr. Big, que estavam sendo vendidos à pouco tempo e já estavam quase esgotados, graças a insistência de um amigo, comprei. Quando cheguei para assistir ao show, nem cambista oferecendo ingressos tinha mais.
Eram quase 23hs quando o show começou e a galera começou a pular, gritar e cantar junto com a banda Daddy, Brother, Lover, Little Boy. A resposta do público foi ensurdecedora e o som não deixou por menos, não tive dúvidas, saquei meus protetores auriculares e curti o resto do show numa boa.
As 4 cordas sobram nas mãos de Billy e ele vira o baixo pelo avesso, toca-o como Steve Vai toca a guitarra, com todos os malabarismos que tem direito, e mostrou porquê foi eleito o melhor baixista do mundo por 5 vezes pela Guitar Player.
Paul Gilbert também arrasa na guitarra, fez solos mordendo as cordas e tudo mais. Se tiver que fazer uma comparação, diria que o som lembra um pouco as músicas mais aceleradas do Van Halen com o Sammy Hagar.
Lá pelas tantas Sheehan diz que em 1993 tocou em Santos - eu li sobre isso, foi para 100 mil pessoas, ao ar livre, patrocinado pela prefeitura - e disse foi the best audience we ever had. Já se passaram quase dez anos, eles já eram adorados naquela época... onde eu estava? Como foi que passou batido por mim?
Uma explosão de música, muitas vezes com os 4 integrantes cantando a plenos pulmões, Colorado Bulldog foi a última do primeiro bis
Como queríamos ainda mais, no 2º bis, resolveram tocar um cover do Deep Purple, Smoke on the Water, até aí, nada de mais, não fosse o fato de fazerem um rodízio nos instrumentos: o guitarrista foi tocar a bateria (bem, por sinal), o vocalista Eric Martim foi para a guitarra,
o batera foi para o baixo e
Billy voltou com a camisa da seleção brasileira, cantando. Na hora do solo, novo rodízio, Billy assumiu a guitarra - fazendo um solo excelente, o vocalista assumiu o baixo e o batera assumiu os vocais. Foi uma festa que demonstrou bem o talento enorme que cada um deles têm.
No link abaixo tem a Smoke on the Water que mencionei:
Fecharam o show com Shy Boy do David Lee Roth. Um show intenso do começo ao fim, com 2 horas de duração, coisa rara hoje em dia.
Ricardo Koetz
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