24/03/2019 - Turnê Freshen Up - Allianz
Parque A importância dos Beatles para a música
contemporânea é a mesma de Beethoven para a música clássica, com a diferença de
que os Beatles foram os primeiros a fazerem muitas coisas que hoje são banais,
mas que antes deles não existiam. "E que se faça a luz." E eles foram criadores e inventores de
sons, conceitos e efeitos, numa época em que os recursos eram ínfimos. Ao lado
de Paul está Brian Ray (baixo e guitarra). Isso para não mencionar a revolução
comportamental que criaram no mundo. Criaram uma revolução, depois deles os cortes de cabelos, o comportamento, as
formas de vestir, de se fazer música, de se fazer shows, negócios e muitas outras coisas nunca mais
foram os mesmos. Com "Sgt Pepper's Lonely Hearts Club Band" pensaram pela primeira vez em discos como obra de arte. "Para cada conceito experimental que caía, outros quatro não apenas decolavam, como voavam alto." palavras de George Martin, produtor deles. Acima, Abe Laboriel Jr. na bateria e Rusty Anderson. O
tecladista é Paul Wickens. É como se vivêssemos num mundo preto e
branco e em apenas alguns anos o mundo passasse a ser colorido. Alguém sem conhecimento de causa poderia julgar
meus comentários exagerados. Recomendo a qualquer um que leia esta fantástica
biografia que chega quase a ser um romance de tão bem escrita. Na página 300 os
Beatles ainda não existiam e Ringo Star aparece apenas pela 350. São mais de mil
páginas em letras um pouco menores que de costume e margens apertadas, mas é preciso descontar as 150 finais que são só para mencionar notas de fontes e a
bibliografia que serviram de base para o trabalho. Ir a um show de Paul McCartney é como se os deuses
gregos tivessem existido e nós tivéssemos a chance de ver um deles pessoalmente
exibindo seus poderes. A diferença é que Macca, mesmo sendo uma
lenda, é real, de carne e osso, carregando uma ampulheta com a areia do tempo
acabando. Bons motivos para eu me sujeitar aos desconfortos de um show de
estádio e ver mais uma vez um pedaço vivo da História da música. Acima um momento da bela "Let It Be". Jovial, bem disposto, em nenhum momento pareceu ter
mais idade que um garoto. Muito simpático, se esforçou para falar português e
pronunciou frases de certa complexidade como "Esta música eu fiz para minha
amada esposa, Nancy. Ela está aqui hoje.", quando tocou "My
Valentine". Na entrada nos deram cartazes onde estava escrito
simplesmente NA NA. Quando tocou "Hey Jude", o estádio, com lotação esgotada
pela segunda noite, se transformou num mar de NA NA NA NA's Repetiu seu eletrizante tributo ao Jimi Hendrix
tocando uma versão bem criativa de "Foxi Lady", com direito a duelo de
guitarras. No blues "Letting Go", o trio de metais estava
perto da gente, bem no meio do público. Com uma super banda que o acompanha há muitos anos,
acima seu baterista Abe fazendo uma "dancinha" em "Dance Tonight". A turnê tinha como objetivo divulgar o álbum novo
"Egypth Station" e gostei bastante de "Fush You". Com um final apoteótico com
sabor de quero mais. Se despediu "See you next year". Tomara que
sim.
Ricardo
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