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Via Funchal 17/09/2010
  Graças a insistência de meu amigo Agner, fã incondicional, fui ver o garoto prodígio dos cachos de ouro dos anos 70, agora aos 60 anos não tem mais cabelos dourados, muito menos com cachos, mas continua tocando muito bem. O guitarrista começou logo com Four Day Creep, do final dos anos 60, de quando integrava o Humble Pie. Estava um pouco tenso até tocar a 3a. música, Show Me The Way, cantada por todos, nesse momento, abriu o sorriso como quem diz, ganhei a galera e continuou se divertindo muito até o final.
 Talvez pelo excesso de confiança, mandou um set de músicas instrumentais e baladas que deixou o pique do pessoal cair, mas vale destacar uma interessante versão instrumental do album Wish You Where Here, do Pink Floyd e Black Hole Sun do Soundgarden para mostrar que estava antenado com o que rola atualmente. Não faltou a melosa Baby, I Love Your Way. Para o bis voltou com Breaking All The Rules e fechou com a maravilhosa versão de While My Guitar Gentle Weeps, de George Harrinson nos Beatles. Ufa! Pelo menos a mela cueca I'm In You ficou de fora.
 À lamentar: como o show foi mais baladas e menos rock'n'roll, na minha opinião e de muitos presentes, poderia ter limado um pouco a seção de músicas mornas e agitado mais. I Don't Need No Doctor, do Humble Pie, não podia ter ficado de fora (geralmente não fica). Infelizmente, também, o público estava bem abaixo do esperado e no resto do país em que tocou o resultado foi pior.
 Por Peter Frampton possuir uma veia um pouco mais comercial, eu chateava meu amigo dizendo que ele não era lá essas coisas. Antes de começar o show ele estava apreensivo, falou para minha esposa "Tomara que esse show seja bom, se não, o Ricardão vai me encher o saco para o resto de minha vida." Mesmo que não tivesse sido, eu faria tudo de novo, quantas vezes pudesse, pois eu não imaginava que esta seria a última vez que viria meu bom amigo Agner com vida. Me despeço em "Adeus a um amigo", também neste site.
Show me the way, Agner.
Ricardo
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