Queen + Paul Rodgers

26/11/2008 - Via Funchal 
 
 
Gosto muito dos discos que vão até 1977, fase na qual inclui-se Sheer Heart Attack e o excepcional A Night at the Opera, depois disso a criatividade musical passou a dar muito espaço ao som mais popularesco, que definitivamente não me seduziu (leiam-se sucessos como as chatíssimas Bicycle, Radio Ga Ga, Another One Bites the Dust e afins), por isso, não posso ser considerado um fã de carteirinha do Queen. 
 
 
Isto posto, não é difícil concluir que o que me levou a este show foi Paul Rodgers (Free - Bad Company). O show foi maravilhoso, mas não foi só por causa do Paul Rodgers não, a seleção de músicas foi boa, mesmo com algumas chatonas no meio, qualidade de som excelente, um telão espetacular e um palco em forma de T, onde, nessa perna curta do "T",  os músicos se deslocaram até o meio da pista, aproximando-se mais do público, e lá muita coisa aconteceu.
 
 
A parte mais intimista começa com um acústico com apenas Brian May e Roger Taylor cantando a baladinha '39. Aos poucos o resto da banda se aproxima, Brian apresenta a banda e o som toma mais corpo.
 
Roger tocando o baixo com as baquetas
 
 
Outra coisa muito legal que aconteceu é que Roger veio apenas com um chocalho na mão e daí surgiu um bumbo, para o solo, uma parte da bateria foi adicionada por vez, dando uma aula sobre a sonoridade específica de cada peça da bateria. Quando a música acabou, ele tinha uma bateria inteira que foi montada bem na nossa frente.
 
 
Emenda I'm in Love With My Car, onde canta com sua excelente voz rouca uma das músicas que mais gosto do Queen. Na verdade nunca entendi bem o porquê de não terem aproveitado mais o potencial de sua voz na banda. Lembro-me de quando Roger lançou seu disco solo, fomos imediatamente comprar, mas foi decepcionante, nem ele mesmo soube aproveitar sua voz tipo Rod Steward, mas mais agressiva. O trabalho era fraco.
 
 
A verdadeira vocação da voz de Paul Rodgers está no blues e hard rock, apesar de ser diferente da de Mercury, fiquei surpreso de como ela caiu bem nas músicas do Queen, especialmente The Show Must Go On.
 
 
Como o titulo do show diz Queen + Paul Rodgers, ele teve o momento só dele quando cantou a bela Seagull acompanhado apenas por seu violão. Músicas de seu tempo no Free e Bad Company foram mescladas às músicas do Queen e foram muito bem aceitas pelo público. 
 
 
Como no poderia ser diferente, houve o momento clichê em que ressuscitam Freddie Mercury e ele toca o piano e canta Bohemian Rhapsody no telão, acompanhado pela banda - que por sinal ficou muito bom, tá certo que no momento em que entram todos aqueles efeitos vocais impossíveis de serem reproduzidos ao vivo, a banda se retirou, colocaram um playback e deixaram só o telão com as diversas facetas de Freddie, com trechos de outros clips. Quando essa parte passa, a banda volta à toda com uma explosão de música e cores, com Paul assumindo os vocais para terminar a música. Esta foi a última antes do bis, que voltou com All Right Now (Free), e as previsíveis We Will Rock You e We Are the Champions. Ah, a banda, tirando Brian e Roger, os outros eram músicos contratados.
 
 
Brian May também teve seus momentos de destaque tocando Love of My Life sozinho no palco, além do guitar solo. Todos trocaram de roupa durante o show.
 
Apesar dos preços exorbitantes que iam de R$ 270,00 até R$ 900,00, (800,00 para ficar de na área VIP), foi um ótimo show e a casa estava lotada.
 
 
Ricardo
 
 
Comments