Renaissance & Curved Air

02/06/2022 - Espaço das Américas 

Curved Air

 Assistir mais uma vez ao Renaissance e, desta vez, com Courved Air fazendo a abertura, era um bônus bom demais para ser verdade.


Infelizmente, vieram em forma de trio acústico, com Sonja Kristina, Kirby Gregory no violão e o jovem Grzegorz Gadziomski no violino.


Começaram com It Happened Today, seguida de Marie Antoinette, dois clássicos da banda, que eu conhecia ao vivo, plugados e vigorosos.


Todos tocaram muito bem, mas fiquei um pouco desapontado com o formato acústico que perde muito em energia. 


Fecharam com uma das que mais gosto deles: Back Street Luv

Renaissance

No final de 2019 comprei o ingresso para ver o Renaissance em 19/03/2020, mas daí veio a Covid19 e o show teve sua data adiada algumas vezes e, confesso, temi que fosse cancelado.

Com Annie Haslam prestes a completar 75 anos, segundo comentários na internet no final de 2021, ela estaria para operar um nódulo nas cordas vocais, o que teria levado ao adiamento do show que deveria ter sido em março deste ano para a data atual. Senti a voz dela um pouco tremula em alguns instantes, mas quando colocava potência, era a mesma de sempre.

Carpet of the Sun começa a ser executada e a introdução da música fica numa espécie de looping a espera de Annie que demora a aparecer no palco. Quando a música terminou ela reclamou de forma jocosa: “Vocês me deixaram sozinha lá atrás, vieram sem mim. Eu fiquei perdida, eu não sabia onde era o palco e vocês começaram a música... Sim, eu me perdi!”


Antes de tocarem Island, Annie contou que se tratava da música preferida dela, pois graças ao teste que ela fez com a banda cantando essa música, em 1972, ela conseguiu o emprego ao ser aceita como a nova vocalista da banda. Infelizmente, dessa época, o único integrante restante é ela mesma.


Rave Tesar, tecladista, logo que se sentou em frente ao instrumento fez caretas, sentiu-se ofuscado com a luz e, assim que terminaram a primeira música, exigiu com gestos largos que o holofote em cima dele fosse apagado. Depois de algumas músicas, pediu ajustes no retorno do som. Aparentemente essas interrupções são corriqueiras o que fez com que Annie, aparentemente contrariada, perguntasse se o baixista Chris Harris poderia fazer uma dancinha enquanto Rave era atendido, e se desculpou pela situação. Quando o problema foi sanado, Annie deu um suspiro de impaciência seguido do comentário “here we go”, que interpretei como “finalmente podemos continuar”.

O foco do show foram as músicas do belo álbum Ashes Are Burning, de 1973, mas não faltou a belíssima Symphony of Light, de 2014, onde Annie despeja todo o seu potencial, com seus agudos incríveis de cinco oitavas.

Quem quiser saber mais sobre o guitarrista, quase brasileiro, Mike Lambert que chegou a ser casado com a atriz Sônia Braga, ou quiser maiores detalhes sobre o show de 2017, acesse: Renaissance - Blues Rock Show

A Song for All Seasons, de 1978, também fez parte do repertório que chegou perto de duas horas de duração.


Em comparação com o show de 2017 eu diria que a banda me pareceu menos “azeitada”, mesmo assim, um belo espetáculo.


Ricardo Koetz

ricardo@bluesrockshow.com




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