Dia para acordar cedo e estar preparado para esticar o esqueleto só 48 horas depois no Brasil, já que nosso vôo seria apenas poucas horas depois do show. Alugamos um carro no próprio aeroporto, lotamos de malas no hotel em NY e voltamos a deliciosa cidade de Bethlehem. Só fiquei sabendo depois, mas se eu tivesse marcado a volta para o domingo, teria dado para ver Zappa plays Zappa em NYC, uma pena.
O show foi realizado em um centro de eventos, junto ao hotel e cassino Sands, lugar sofisticado, mas o local do show, propriamente dito, mais parecia uma arena sem arquibancadas, com uma pista de hockey no nível inferior, cercado por paredes de concreto. Um dos ingressos mais caros, perto de 100 dólares, e o lugar ruim.
Imaginei que Ted, pela energia de sua música, iria fechar o show, mas foi o contrário - aliás, não entendi como colocaram os dois no mesmo palco, já que o estilo do Styx é completamente diferente. Ted já subiu em palcos montado num búfalo, o Styx, bem, digamos que são mais chegados às plumas.
Depois de vários shows de música progressiva, flautas e violinos acariciando meus ouvidos com doces melodias, ouvir uma guitarra de timbre sujo sendo maltratada, com três vocalistas cantando um hard rock da melhor qualidade a plenos pulmões, foi uma delícia. Eu precisava disso, riffs nervosos vibrando em meu corpo como uma descarga de eletricidade, muito bom.
Com o palco todo decorado com várias guitarras, quase 20, Ted Nugent fez um show "porrada", fez questão de deixar seus companheiros de banda brilharem, onde o guitarrista Derek St. James e o baixista Greg Smith puderam cantar e mostrar o que sabem. Greg já tocou com Alice Cooper, Dokken, Ritchie Blackmore's Rainbow, Blue Öyster Cut, Alan Parsons... Derek passou pelo Michael Schenker Group, Grand Funk Railroad, entre outros, mas é basicamente o guitarrista do Ted. Infelizmente tocaram por apenas 1h15min, claro que não faltou Cat Scratch Fever.
STYX
Eu estava entusiasmado para ver o Styx, tenho o álbum Crystal Ball que considero uma obra prima do progressivo, mas já temia que não fosse ter muito destaque dentro do repertório deles, e não deu outra, não tocaram uma única música dele.
Acabei assistindo a uma banda poser que sofreu um efeito devastador da música balançadinha dos anos 80 e que acabou encontrando a sua sobrevivência por ali.
Portanto, o que mostro é um show rico em imagens mas paupérrimo em música mais elaborada ou com personalidade. É um exemplo em que a pose se tornou mais importante que a música.
O estranho é que o show do Ted foi com o público aplaudindo, mas sentado. Styx o pessoal ficou de pé o tempo todo, eles adoram o comercialzinho barato... Bom, vai ver, o errado sou eu, mas sinceramente, prefiro apaga-los de minha memória e fingir que o show final foi do Ted, para fechar essa maravilhosa viagem com chave de ouro.
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