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2012 - The Wall

Roger Waters - The Wall 03/04/2012 - Estádio do Morumbi
 
O show que deveria ser num sábado, foi adiado para a terça 03/04, graças aos argentinos, para os quais estavam previstos apenas 2 shows, mas a procura foi tamanha que fecharam o estádio River Plate para 9 apresentações!
 
 
Normalmente eu deixaria números para o final, mas nesse caso, eles são tão impressionantes, que resolvi coloca-los no começo, para que quem não esteve por lá tenha uma noção da monstruosidade desse espetáculo:
 
 
 Acima, o boneco inflável do professor, de 9m, com um coral de crianças
 
• O show começa com o muro parcialmente construído nas extremidades do palco até as arquibancadas, que serve como telões laterais. Após terminado, passa a ter 137 metros de largura!!! com 11 de altura. Com isso passamos a ter uma tela de cinema de alta definição que vai de um lado ao outro do estádio.
• sem falar no diâmetro da tela circular com cerca 9 metros que fica no fundo do palco
• São usados nada menos que 32 quilômetros de cabos elétricos, som, etc.
• Alto-falantes:172 (incluindo surrounds e monitores)
• Projetores: 23
• Carrinhos de cenário: 140
• Peso total (cenário + equipamentos): 112 toneladas
• Caminhões: 21
• Ônibus: 6
• Equipe local: 80 pessoas.
 
 
Já valeria a pena assistir apenas à banda de Roger Waters executando na íntegra o álbum The Wall, mas com toda a parafernália de efeitos visuais, a banda ficou em segundo plano. A parte cênica, a mistura de música, efeitos sonoros e visuais é tão impressionante, que acabávamos esquecendo que existia uma banda tocando junto.
 
Logo no começo, um avião "despenca" num vôo que vai topo das arquibancadas até atrás do palco, fazendo um ruído infernal de motores e explosões com pirotecnia.
 
 
Falando em bom português disse que dedicava aquele show a Jean-Charles de Menezes e sua família, e a todos aqueles que foram vitimas da violência.
 
A qualidade de som era tamanha que parecia estarmos no centro de um home-theate, incrível conseguirem isso num estádio, e eu nem estava no centro, estava num anel inferior lateral, ponto de som teoricamente ruím. A intensidade e a mistura dos sentidos auditivos e visuais me fez arrepiar em vários momentos, coisa que raramente me acontece. Revendo alguns trechos que gravei com minha câmera, de forma precária, assistindo agora na insignificante tela do computador eu me emociono e arrepio.
 
 
Não sei se isso aconteceu nos outros pontos do estádio, mas foi a primeira vez na vida que assisti a um show de estádio SENTADO! Todo o meu setor estava hipnotizado e assistindo como se estivéssemos num cinema. Ah! Eu não usei o banheiro masculino, mas quem usou o feminino disse que estava limpo e decente!!!
 
 
O muro sendo fechado, restavam poucos buracos por onde ainda era possível ver a banda.
 
Ponderei muito na hora de comprar os ingressos, duvida: gastar os tubos e ficar perto ou gastar meios tubos e ficar mais distante. Acertei, era um show para ser visto num todo, ou seja, mais de longe. Comprei ingressos de preços mais acessíveis e não me arrependi.
 
 
A primeira parte terminou com o muro totalmente fechado e Roger agradeceu a todos que enviaram fotos de entes queridos ceifados pela violência. A foto deles com nome, data de nascimento e óbito foram projetados no muro durante todo o intervalo, inclusive a foto do pai dele, morto na 2a. Guerra.
 
 
A segunda parte do show começou com Hey You, com a banda totalmente sepultada atrás do muro. Foi um pecado não ver o trabalho do baterista neste número, aliás a banda pouco aparecia projetada no paredão.
 
 
Depois da segunda Is There Anybody Out There, não vi direito como, a banda estava toda na frente do paredão para que pudéssemos continuar a vê-los tocando.
 
 
Todo o filme The Wall mescla desenho animado com realidade. Quem fez o desenho animado foi um gênio e as imagens são de uma intensidade impressionante, e não ficaram de fora as sequências de maior impacto.
 
 
Acima, enquanto a ópera se desenrola, é projetada a imagem do muro girando e Roger se agachando para passar por baixo da parte do muro que se "move" gerando a interação entre ele e uma tela que cria a ilusão de ótica de estar rodando.
 
 
Um porco inflável gigante também aparece, e à exemplo do show anterior que havia assistido dele, também trazia frases de efeito do tipo "Brasil paraíso para corrupção e impunidade", "Não confie nos políticos", "Muita fé e pouca luta", "O povo que aceita tudo calado", "O silêncio mata, ocupe as ruas", "O povo calado que não reivindica", "Pare o senado", entre outras.
 
 
  
 
  

Se você não esteve lá, corra e compre uma passagem para qualquer parte do mundo em que estiver o show ou compre um DVD e sinta 2% do que nós vivemos.
 
Difinitivamente, o show mais impressionante que já assisti.
 
Ricardo Koetz
 
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