04/05/2013 - SESC Belenzinho
Costumo brincar que em 24 de janeiro de 1991 foi-me rogada uma praga pelo Prince, que me impedia de assistir aos shows de Alceu. Além de ele fazer poucos shows em Sampa, sempre que ele vinha, alguma coisa acontecia e eu não conseguia ir.
Foi assim: no Rock in Rio de 1991, eu finalmente ia assistir a um show do Alceu, mas quando o show começou, o som estava embolado e Alceu reclamou depois da primeira música. Entre a segunda e a terceira, Alceu disse que ficaria lá em respeito ao público presente, mas que nada do que havia sido programado, em matéria de iluminação e efeitos especiais, estava sendo respeitado. Na terceira música, o percussionista de Alceu, que devia ter mais de 100 quilos, entrou rodopiando, dando piruetas no ar e passos de capoeira, quando acenderam todas as luzes de uma vez e soltaram toda a fumaça de palco que puderam. Em poucos segundos não se via mais os músicos, quando, no meio da fumaça, a voz de Alceu gritou "pára, pára, pára tudo! Se quem vai tocar depois de mim é o Prince, eu sou o Príncipe!" e pisando duro, abandonou o palco furioso. No meio do fuzuê e do deixa disso, fomos informados que ele tocaria por último, depois do Prince. Para mim foi péssimo, pois não tinha a menor intenção de aturar os gritinhos do asqueroso Prince, que ia tocar depois do Santana, mas resisti bravamente até o início da terceira música que foi Purple Rain, aí, começaram os gemidos e grunhidos. Ficou demais para mim, não suportei mais e me retirei o mais rapidamente possível. Foi à partir daí que a "maldição do Prince" começou, e nunca mais consegui assistir a um show do Alceu Valença. Se alguém souber se ele realmente tocou depois do Prince e como foi o show, por favor me informem, morro de curiosidade para saber como foi.
Além do próprio, mais sete integrantes formam a banda que apresentou o disco Vivo, lançado por esse cantor e compositor pernambucano em 1976.
Os ingressos para a esse show esgotaram em menos de meia hora, imagino que os ingressos para os outros três dias não tenham demorado muito mais.
Quando finalizou a execução do álbum Vivo, ainda restava bastante tempo para os seus maiores sucessos como Tropicana, Cavalo de Pau, Como Dois Animais. A parte hilariante do show ficou por conta da música Taxi Lunar, em que, como um pregador, pede para que cantássemos com fé, que um táxi lunar pousaria no SESC Pompéia. As luzes se apagam, e durante ruídos estranhos emitidos pelo sintetizador, provavelmente alguém o avisou da gafe cometida. Quando as luzes voltam, Alceu não perde o rebolado, comunica que o Taxi Lunar acabou pousando em outro SESC, alguns quilômetros dali (já que estávamos no Belenzinho e não na Pompéia) e que deveríamos nos preparar para fazer uma corrida até lá.
Foi um bom show, espero ter exorcizado o Prince para sempre e não precisar esperar mais 22 anos para ver o Príncipe novamente.
Ricardo
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