30/04/2016 - Teatro do SESC Belenzinho Na reta final de meu tratamento contra a hepatite C, ando um
pouco derrubado com os efeitos colaterais dos medicamentos, apesar disso, algo
me dizia que eu não deveria perder esse show. A resenha do SESC não elucidava muito, falava de uma banda que
promove um encontro entre a música oriental e acidental. Fala que "o álbum
intitulado Dandy do Dendê é composto por 12 faixas que flertam com a música
cigana, baião, jazz fusion, bolero, rock progressivo, música clássica indiana,
entre outros, além de englobar novos instrumentos como o bouzouki grego, a
craviola brasileira e o mellotron". Sem pesquisar nada sobre a banda, confesso que cheguei meio
temeroso ao SESC, mas logo respirei aliviado, vi rostos conhecidos que costumo
encontrar em bons shows, entre eles o guitarrista Reiner Pappon, uma referência
quando se fala de Frank Zappa. Eu ainda não sabia, mas o filho dele, Jimmy é o
tecladista da banda. O som era um instrumental pesado. O baixo vigoroso, cujo clima
e sonoridade me remeteu imediatamente ao baixista do Led Zeppelin, John Paul
Jones. Acho que não por acaso, no final do show foi apresentado o músico
convidado, Eric Jones. O baterista, Leonardo Nascimento, é um animal, uma quebradeira
só. O tecladista Jimmy Pappon arrasando com os solos no Hammond. Mas ainda falta falar do instrumento principal, o sitar
indiano que é tocado como se fosse a guitarra da banda, por Rodrigo Bourganos. O
problema é que meus ouvidos pouco acostumados ao pléin-pléin-pléin do
sitar, às vezes, só o que queriam ouvir era uma boa, simples e velha guitarra.
Questão de hábito, acho. As influências do Led Zeppelin eram várias, entre elas o
Theremin. Simplificando, um instrumento que possui duas antenas e produz sons
tipo "zóimmmm" com a aproximação das mãos, sem que se toque nas antenas. Quem já
assistiu a algum show do Led, sabe do que estou falando. Dependendo do clima
sonoro, fica bem legal. O guitarrista do Led Zeppelin, Jimmy Page, também gostava de
usar o arco na guitarra e aqui, Rodrigo faz o mesmo no sitar.
Gostei muito do show e comprei o CD que, segundo os
músicos, não será produzido mais e quem quiser terá que comprar a versão
digital. Protestei mas me disseram que era uma questão de custo. Espero poder
voltar a vê-los em breve.
Ricardo Koetz
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