05/03/2011 - Sesc Belenzinho
A maratona vai começar...
Alguns justificam dizendo que é porque o dólar está barato, outros que o mundo está em crise mas o Brasil não, etc. etc. A verdade é que com crise ou sem, o Brasil sempre lotou espetáculos e acho que finalmente passamos a fazer parte do circuito internacional de shows, como consequência inimaginável até pouco tempo atrás, tem datas com mais de um show por noite!
Infelizmente, a maioria tem preços exorbitantes, apesar disso, esgotam facilmente, mas se ficarmos atentos, é possível garimpar excelentes shows a preços bem populares nos SECS e Centros Culturais. No dia 19 de março, por exemplo, vai ter um festival de rock feminino em Rio Claro, a entrada será uma caixa de leite longa vida e, pasmem, vai fechar a noite ninguém menos que as tiazonas de uma das bandas femininas mais antigas, as Girlschools. Adoraria vê-las, mas já havia comprado um ingresso para assistir Tony Levin - aquele careca, que toca um instrumento estranho parecendo uma espinha de peixe no King Crimson -, com seu show Stickman, no fantástico SESC Belenzinho.
Como o mar não está para peixe, infelizmente vou pular vários, mas como aperitivo fui de improviso no SESC Belenzinho e assisti ao bluesman Carlos Johnson que acompanhou a diva Koko Taylor por muito tempo. Logo de cara encontrei o bluesman, radialista, apresentador, ator, Ricardo Corte Real, que trocou o programa de blues na KISS FM por um de jazz na USP FM, mas me garantiu que sua banda Blues 4 Fun jamais se transformará em Jazz 4 Fun. Ao lado de meu amigo bluesman Márcio Pignatari, assistimos a um show maravilhoso desse excelente Carlos Johnson.
Como o show foi num agradável espaço, com pinta de amplo bar noturno, que eles chamam de Comedoria, uma espécie de restaurante por quilo de um lado com um bar do outro e o palco com várias mesas no meio, Carlos veio caminhar entre as mesas e fazer longos solos ao nosso lado.
Um dos momentos mais legais foi quando acabou o "café" de sua caneca e solicitou mais um para a Roberta (produtora), enquanto o café não chegava, ele começou a dedilhar e cantarolar que ele precisava de um café, sua xícara estava vazia, que se o café não chegasse ele não iria tocar mais, Roberta, Roberta, traga-me uma café, etc... Essa brincadeira se transformou num blues tão legal, que até ele se impressionou e disse que tinha acabado de criar uma música para seu próximo CD. Tomara que seja verdade, porque ficou muito bom!
Fui honrado com a visita nesta página pelo Ricardo Corte Real que me corrigiu, a Roberta que eu tinha identificado como garçonte era sua produtora, e informou que o "café" que ele pedia insistentemente era, na verdade, vodka - faz todo sentido :-).
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