Dialeto & David Cross

22/07/2017 - Teatro do Sesc Belenzinho
 
Ainda me restabelecendo de meu pequeno grande acidente doméstico, de 1º de julho, em que fui abalroado pelo meu cão pastor alemão, causando minha queda e fratura do fêmur da perna amputada, resolvi me submeter a uma seção de ultrassom para ajudar minha recuperação. Ainda que não causasse benefícios físicos mensuráveis, os mentais certamente seriam incontestáveis.
 
O show se baseia no último trabalho, em que o Dialeto tem Nelson Coelho na guitarra, Gabriel Costa no Baixo e Fred Barley na bateria, com uma participação mais que especial de David Cross, que participou do King Crimson, na fase antiga.


Mais interessante ainda é que David Cross veio em carne e osso participar dos shows de divulgação.
 
Logo que cheguei, dei a sorte de encontrar toda a banda e aproveitei para perguntar para Cross como foi trabalhar com Robert Fripp, líder do King Crimson, conhecido como não ser uma das pessoas mais afáveis do mundo. Perguntei se ele teve liberdade para tocar seu violino ou se teve que ser dentro de parâmetros determinados por Fripp. David me disse que Fripp foi extremamente democrático e que teve total liberdade para tocar da forma como quis.


No CD, Bartók In Rock, tocam músicas do húngaro Béla Bartók arranjadas para o rock.
 

Depois da quarta música, David passa a fazer parte da banda. Muito bem humorado, faz brincadeiras e se diz ansioso para participar do próximo álbum do Dialeto.
 

Lá pela décima música, depois de uma introdução de David, a belíssima Exiles do King Crimson foi se materializando e o excelente baterista Fred Barley mostrou que não é habilidoso só nas baquetas, tem também uma ótima voz, que casou perfeitamente com o vocal original da música que era cantada pela voz de veludo de John Wetton.


Em seguida veio Tonk, música da carreira solo de David, que conseguiu a proeza de reunir em seu trabalho original os esquisitões Robert Fripp (KC) e Peter Hammill (Van Der Graaf Generator). Nesta foi a vez do Gabriel fazer muito bem a parte vocal.


Para fechar o show, executaram com perfeição Larks' Tongues In Aspic, Part Two (KC). Foi demais! Quando terminaram, os músicos se entreolharam e estavam todos com um sorriso de quem tinha acabado de cometer uma travessura, a cara do gato que comeu o passarinho, manja?


Para o bis veio outro petardo da MPB (Música Propositalmente Bizarra), Starless (KC). De arrepiar!
 
Ricardo Koetz

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