The Fab Two - SESC Ipiranga 22/01/2011
A música foi se revelando e me seduzindo em etapas, a primeira, na minha pré-adolescência, foi na forma do rock, por sua energia, atitude e pegada. Na minha adolescência, na segunda metade dos anos 70 fui iniciado à MPB e o que me cativou foram as letras de Para Não Dizer Que Não Falei Das Flores, Roda Viva e tantas outras inteligentes. Um pouco depois, certo dia liguei a TV e vi na Cultura dois caras que não cantavam e nem estavam tocando rock, mas tocavam dois violões de uma forma desconcertante, o que gravou para sempre um nome em minha cabeça - Duofel. Naquele momento despertou em mim um terceiro elemento capaz de me seduzir: o talento. É claro que ele existe nas anteriores, mas não de forma tão explícita como num trabalho instrumental.
Décadas se passaram até que eu tivesse a oportunidade de vê-los tocar, mas nesse domingo eu fiz acontecer e tive uma grande surpresa, eles iam fazer um especial instrumental de Beatles - The Fab Four (os 4 fabulosos - como eram chamados).
Foi durante o show que fiquei sabendo que tinham gravado um DVD no Cavern Club, onde os Beatles iniciaram a carreira. A repercussão foi tão grande que em dois dias passaram a ser reconhecidos na rua e tiveram uma reportagem publicada no jornal que os chamavam de The Fab Two.
Aqui, ambos usam uma espécie de lima que produz um som único em contáto com as cordas.
O mais inacreditável é que tentaram por mais de um ano apoio de empresas ou subsídio das leis de cultura, mas NINGUÉM se interessou pelo projeto. Foram por conta própria, com a cara e a coragem, com o orçamento tão apertado que chegou a colocar a gravação do DVD em risco, mas eles conseguiram. PARABÉNS, ficou ótimo.
Ah, já ia me esquecendo, entre o repertório estavam Lady Madonna, Here Comes the Sun, The Fool on the Hill, Strawberry Fields, e a obrigatória Eleanor Rigby, mas a que mais gostei foi Do Outro Lado do Oceano de autoria própria.
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