Mahogany Frog

25-26/02/2012 - SESC Belenzinho
 
 
Banda canadense instrumental formada em 1998 e já tem 5 álbuns gravados. Curiosidade: os trabalhos podiam ser adquiridos tanto em CD quanto vinil.
 
 
 
Trazem em sua sonoridade elementos de Rock Progressivo, Jazz e música eletrônica, além de, acredito eu, um bocado de improviso.
 
 
Quando me deparo com algo um tanto inusitado, encontro-me mais ou menos na condição de tentar descrever uma paisagem para um cego que nunca enxergou. Como posso então descrever um som, que não é palpável nem visual para alguém que não o ouviu? Complicado, não? Bem, não há outra saída a não ser tentar descrevê-lo com outras referências mais conhecidas para mim - o que não é válido se você não as conhecer, no entanto, é o melhor que posso fazer...
 
 
Se tivesse que colocar em simples palavras, diria que se o álbum Ummagumma do Pink Floyd fosse gravado hoje, uns 43 anos após a sua concepção, provavelmente ele teria algo parecido com o som dos garotos do Mahogany Frog.
 
No início me lembrava uma mistura de Ummagumma com Kraftwerk, o instrumental pesado do Rush dos anos 70 com algo de King Crimson e Soft Machine.
 
 
Graham Epp e Jessie Warkentin se destacam nos teclados e sintetizadores (às vezes lembrando fraseados de Rick Wakeman)...
 
 
...quando tocam as guitarras, gostam de usá-las para brincar com a distorção.
 
 
Já Jean-Paul Perron, é um animal, eu arriscaria dizer que um dia poderá ser colocado ao lado de nomes consagrados da bateria como Bill Bruford e Pat Masteloto. A quebradeira e intensa e toca muito.
 
 
Além de tomarem água sempre, tem baterista que masca chiclete durante todo show (Carl Palmer), outros ficam jogando água na cabeça, tomam cerveja. Jean-Paul come maçãs.
 
 
Scott Ellenberger toca um baixo de 6 cordas com uma enorme habilidade, mas ficava quase o tempo todo voltado para o baterista e pouco pudemos acompanhá-lo no manuseio de seu instrumento. Reclamei disso para ele no final do show e disse a ele que, ao invés de ficar escondido no fundo, deveria vir para frente do palco para que pudéssemos observar melhor o seu talento. Deu um sorriso de cabeça baixa e disse "No way". Como vingança voltei no domingo e me sentei no alto da platéia, do lado oposto, e lá deu para ver melhor.
 
Com o repertório e ordem das músicas um pouco diferente do sábado, também fizeram um set bem interessante.
 
 
Todos com mais de 1,90 de altura, com exceção de Scott, ao meu lado, que estava em cima de um degrau alto que dava acesso ao palco, mostraram-se muito brincalhões, receptivos e falantes. Perguntei de suas influências e Jessie me respondeu na brincadeira Devo. É, bem que os óculos que ele usava de vez em quando, eram bem parecidos. Comentei sobre as pitadas de Ummagumma e eles concordaram, mas só que com uma batida mais tecno, completaram.
 
É impressionante a quantidade de bandas de "Prog Rock" de boa qualidade que tem aparecido ultimamente, e que venham os garotos que bebem nessa rica fonte da vertente mais elaborada do rock.
 
Ricardo Koetz
 
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