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Como é bom ir a um espetáculo sem ter a menor idéia do que iria acontecer e ser surpreendido por um show dessa magnitude. Eu sabia apenas que seria uma banda de rock progressivo nacional que tocaria músicas instrumentais.
 O palco do teatro estava bem maior do que nos outros shows que vi aqui, com um grande telão ao fundo, a disposição dos equipamentos era a de um grande show, e foi.
 Rock Progressivo ou Prog Rock como querem rebatizar o estilo, denota a um som intrincado, que, na maioria das vezes, exige mais de uma audição para ser compreendido e absorvido pelo ouvinte, mas este não foi o caso, estava ouvindo pela primeira vez e minha empatia era de 100%, como se já o conhecesse a muito tempo. As vezes me lembrava - muito de leve - Yes, outras Kansas, mas era Mobilis Stabilis, melodioso e com identidade própria.  Já vi banda de Progressivo com teclado, sem guitarra, Progressivo sem teclado, foi a primeira vez, mas estava ótimo. A banda existe ha 10 anos, tem 3 CDs lançados e está a caminho de um 4º - que venha logo.
 Era um prazer enorme ver o Hélcio tocar sua guitarra, solando quase o tempo todo de maneira super harmoniosa, trocava de tempo e sonoridade de uma forma que fazia aquilo tudo parecer uma coisa extremamente fácil. Fiquei extasiado de ver tanto talento.
 Houve também a participação mais que especial de Fábio Golfetti, contribuindo com seu space rock. Ao tocar as cordas com esta haste metálica, tira um som que lembra a guitarra havaiana, mas num contexto completamente diferente. Fábio estava organizando três dias de "Prog Rock" neste teatro, inclusive ia tocar com o Violeta de Outono no dia seguinte, infelizmente não pude ir, mas ainda terei uma página aqui dedicada ao Violeta.
 Durante o show é que fiquei sabendo que o Hélcio é integrante da banda Golpe de Estado e este é um trabalho paralelo, que ele certamente faz muito mais pelo prazer que pelo dinheiro.
 Eu e duas feras, à minha direita está o Alaor Neves, baterista, que tem um extenso currículo, tocou com Almir Sater, André Cristovam, Guilherme Arantes, Renato Teixeira, Ronie Von, Sá & Garabira, o mutante Sérgio Dias, o blues man Albert Collins quando esteve no Brasil, entre muitos outros. Lembra do jingle do McDonalds "dois hamburgueres, alface..." e do "Vem pra Caixa você também... vem!!!", são dele.
Ricardo Koetz
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