SESC Pompéia 18/03/2011
No dia 24 de janeiro de 1991, fui ao estádio do Maracanã para assistir a 6a. noite do Rock in Rio II. Quando comprei o ingresso, estava ansioso para ver Robert Plant (ex-vocalista do Led Zeppelin), mas com problemas de saúde - correu nos bastidores que ele não veio por causa do cólera -, veio em seu lugar o Santana, que fez uma excelente apresentação. Mas naquele dia havia um outro motivo que me deixava ansioso pelo show, iria finalmente assistir a um show do Alceu Valença. O som estava embolado e Alceu reclamou depois da primeira música. Entre a segunda e a terceira, Alceu disse que ficaria lá em respeito ao público presente mas que nada do que havia sido programado em matéria de iluminação e efeitos especiais estava sendo respeitado. Quando voltou a tocar, acenderam todas as luzes de uma vez e soltaram toda a fumaça de palco que puderam. Em poucos segundos não se via mais os músicos, quando, no meio da fumaça, a voz de Alceu gritou "pára, pára, pára tudo! Se quem vai tocar depois de mim é o Prince, eu sou o príncipe!" e abandonou o palco furioso. No meio do fuzuê, fomos informados que ele tocaria por último, depois do Prince. Para mim foi péssimo, pois não tinha a menor intenção de aturar os gritinhos do Prince depois do Santana, mas resisti bravamente até a terceira música que foi Purple Rain, quando começaram os gemidos e grunhidos. Ficou demais para mim, não suportei mais e me retirei. Acho que nesse momento foi-me rogada uma praga pelo Prince, e nunca mais consegui assistir a um show do Alceu Valença. Nesta semana Alceu tocou 3 dias seguidos no SESC Belenzinho, mas quando fiquei sabendo, os ingressos já estavam esgotados. Dois amigos que foram, me contaram que foi fantástico e bem puxado para o rock'n'roll, ganharam um CD do guitarrista dele, Paulo Rafael - Alado, achei muito legal, instrumental lembrando algumas passagens de Jeff Beck.
No início da madrugada da sexta-feira, acordei com uma forte dor fantasma - agulhadas fortíssimas no pé que não existe mais -, seria engraçado se não fosse extremamente dolorido e com intervalos de poucos segundos. Acontece de vez em quando, geralmente uma hora depois de um Tylenol, dá para voltar a dormir. Dessa vez nada do que tomei resolveu, não tinha outro jeito, fui buscar minha cura na música (haha!). Já que o Alceu ficou prá próxima, com menos de 3 horas de sono na última noite, fui me revigorar na Noite Internacional da Harmônica, no SESC Pompéia.
Certa vez, voltando da casa de meu irmão em Caucaia, estava ouvindo ao programa de blues do Ricardo Corte Real e estava tocando um blues rasgado muito bom. Fábio Dias, baixista da banda Flores do Fogo estava comigo e ficávamos tentando adivinhar - pô, parece Budy Guy, não, acho que é Steve Ray Vaughan... Quando a música acabou, Ricardo fala "este foi o Chico Blues, num show em Fortaleza". Ficamos boquiabertos. Ao chegar no SESC, comecei a conversar com um desconhecido que dividia a mesa conosco, bem relacionado, pediu licença para nos apresentar um colega - Chico Blues! A segunda surpresa da noite seria o guitarrista Celso Salim que formava a banda de apoio dos dois gaitistas brasileiros, de quem tenho 2 CDs.
A Noite Internacional da Harmônica já acontece a vários anos - acho que 10 - nos SESCs, durante o mês de março. O ambiente é muito agradável, formado por uma grande quantidade de músicos e apaixonados, de todas as idades, pela harmônica e pelo blues.
Celso Salim e Sérgio Duarte mandando ver num belo duelo.
O set nacional foi com Márcio Abdo & Sérgio Duarte Blues Band, sendo Sérgio um dos mais respeitados gaitistas e cantores de blues nacional.
Mais um duelo, desta vez entre a gaita de Sérgio Duarte e Márcio Abdo.
No intervalo, enquanto preparavam o palco para Rick Estrin & The Nightcaps, a estrela da noite anterior, Joe Filisko, que caminhava anonimamente entre os presentes, subiu ao palco e deu um show solo, arrasando com um som mais para o country, com gritinhos e tudo mais, do tipo que o Blackfoot usou para a abertura de Train Train - fantástico, tenho uns trechos filmados.
Rick Estrin é uma figuraça de cara engraçada. Faz um som meio blues, meio rock a billy, meio surf rock dos anos 50 e 60, tocando vários tipos de gaita. Num número fica com ela meio atravessada na boca e toca sem as mãos.
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