A doce surpresa foi melhor que a jornada.
Não conheço mais do que 2 ou 3 sucessos do Journey, que é tudo o que o rádio toca deles, um rock alegrinho que nunca me despertou interesse, por isso, confesso que comprei o ingresso para assistir ao show contrariado, mas diante do errefutável argumento de minha esposa de que quando o show me interessa eu movo mundos e fundos e quando interessa apenas a ela eu faço corpo mole, tive que encarar. A grande surpresa veio semanas depois da compra, resolveram incluir uma banda de abertura, o Sweet! Eu teria ido só por eles, contudo, aqui cabe uma explicação, dos integrantes originais, apenas 2 estão vivos e ainda resolveram rachar a banda, portanto existe agora a Steve Priest's Sweet e a Andy Scott's Sweet. Existia um terceiro, Brian Connolly's Sweet, mas o cara morreu em 1997.
Sweet -Via Funchal 30/03/2011
Quem me despertou para a música foram os Beatles, depois de ter muita coisa deles, já na minha pré-adolescência, o primeiro disco que comprei que não fosse Beatles foi um álbum duplo do Sweet, e foi um choque, eles me abriram as portas para coisas mais pesadas que sequer imaginava que poderiam existir, por isso, fui feliz assistir ao "Journey" nesta noite.
As 21 horas em ponto, Steve Priest, baixista original da banda entra no palco mandando ver de cara com Action, depois as principais foram Hellraiser, Teenage Rampage, Set me Free, Love is Like Oxygen, Fox on the Run, AC/DC, Balroom Blitz. Demais!
O cara está meio derrubado, pesando umas 3 vezes o que pesava nos anos 70, senta num banquinho no intervalo entre algumas músicas, usava uma estranha capa lilás (!!!) e uma inacreditável calça com listras coloridas (!!!!!!), mas se apegar a detalhes é bobagem, afinal se não fosse por ele, não estaria ali ouvindo por 45 minutos hits que tocam diariamente no rádio nos últimos 35 anos.
Priest arranjou um vocalista que dividia os vocais com ele e as músicas ficaram iguaizinhas. Aliás, acho que a banda toda estava sendo gerada nos tempos em que Steve já fazia sucesso, mas tudo ficou muito bom e arrancou aplausos animados dos presentes.
Journey
22hs, Via Funchal lotado, nunca pensei que tivessem tantos fãs.
Journey está na estrada a bastante tempo - desde 1973 -, com uma formação inconstante e muitas idas e vindas de integrantes, atualmente conta com um vocalista filipino Arnel Pineda, baixinho mas com grande desenvoltura de palco e voz perfeita para a banda. Digamos que o "japinha" canta pra caramba, quando ele crescer então vai ser um arraso. Putz, desculpem a piadinha politicamente incorreta, mas não resisti.
Começaram com Separate Ways e tocaram praticamente por duas horas. A competência do guitarrista Neal Schon e do batera Deen Castronovo, era algo de saltar aos olhos, apesar do som meio pop-rock. Todos os integrantes faziam backing vocals, sendo que duas músicas foram cantadas na íntegra por Deen, aliás, se algum dia ele tiver uma crise de Phil Collins e resolver substituir as baquetas pelo microfone, o japa perde o emprego.
Neal Schon com solos incisivos, cujo timbre do instrumento lembrava muito o Marillion dos bons tempos.
Na maioria dos shows, o solo de bateria se transforma numa egotrip totalmente dispensável, neste caso, a desenvoltura de Deen era tamanha que fiquei torcendo para que o solo viesse, mas acabou não acontecendo.
Fecharam com Don't Stop Believing, depois voltaram para mais 3 no bis, sendo a segunda um blues (!!!) legal.
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