26/05/10 - Carioca Club
Sempre que saio do circuito das consagradas casas de espetáculo, fico preocupado, pois geralmente são barzinhos cuja filosofia é quanto mais tarde o show começar maior será o consumo, o que faz com que a coisa não tenha hora para começar - detesto isso. Para piorar, por força das circunstâncias, comprei o ingresso pela internet, coisa que também raramente faço, a consequência foi que o ingresso virtual que imprimi tinha que ser trocado numa fila enorme que simplesmente não andava, desorganizados, tinham um único caixa para troca-los, quando finalmente chegou minha vez, trocaram os 4 ingressos por "mesanino" que era o mais caro, sendo que 2 eram de pista, alguns eram estudantes e a carteirinha nem foi pedida.
A casa é pequena, um meio termo entre o Bourbon Street e o Palace (atual Citibank Hall). A Galeria do Rock estava lá em peso, reencontrei alguns donos de lojas que contribuíram significativamente para meu acervo de CDs e DVDs. Fiquei feliz em saber que, mesmo numa época de pirataria e downloads ilegais de praticamente qualquer coisa via internet, ainda tem gente conseguindo sobreviver com a venda de músicas. Sinal também que não estou sozinho, sou do tempo em que uma parte da viagem se fazia com a música e outra nos detalhes das capas e encartes com informações sobre as músicas. O brilho se perdeu um pouco quando as belas capas duplas dos discos de vinil foram reduzidas a um papelzinho menor que um guardanapo dobrado na caixinha do CD, mesmo assim a informação continuava lá, miniaturizada ou em formato de livretos. É claro que também tenho coisas em MP3, onde a carreira de 40 anos de uma banda cabe em um único CDzinho, mas não tenho muito prazer com eles, sinto-me como se estivesse olhando para pessoas sem rosto, sem identidade, fica faltando algo, além de conterem uma overdose musical que é praticamente impossível de ser apreciada adequadamente.
Felizmente o show começou um pouco depois das 21:30.
O vocalista Phill Mogg, mesmo depois de tanto tempo, não perdeu nada de sua voz, "ligeiramente" alcoolizado, esteve sempre perfeito - quiçá esteja aí o segredo da conservação de suas cordas vocais :-)
Mandaram sons de várias fases da carreira, muitas cantadas em uníssono pela platéia predominantemente composta por alegres senhores de meia idade. Gostei especialmente de Love to Love, Too Hot to Handle, Lights Out e, como não podia deixar de ser, Rock Botton e Doctor, Doctor para o bis.
Acima, os membros remanescentes da formação original: Phil Mogg, Andy Parker e Pete Way
Andy Parker no detalhe.
Da esquerda para a direita: Vinnie Moore, Phil Mogg, Andy Parker, Pete Way e Paul Raymond
Durante o solo de Too Hot to Handle os dois guitarristas e o baixista brincaram de Hendrix e tocaram o solo com os instrumentos apoiados na nuca, uma festa.
Ricardo
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