Love Drive Reunion (Scorpions) - 22/06/2013 HSBC Music Hall
Depois de quase dois meses ouvindo festivais de
blues, Jazz, bandas de rock progressivo e até música regional, meus ouvidos
vinham implorando por algo mais áspero e meu coração por mais adrenalina. O
jejum foi quebrado em alto estilo, numa só noite o metal bem trabalhado do
Circle II Circle, a banda do escorpião Uli Roth e a de Michael Schenker com
outros dois escorpiões. A proposta era fazer um show com integrantes da
banda do Scorpions dos tempos do Tokyo Tapes, na minha opinião, mesmo com
algumas passagens dispensáveis, é um dos melhores álbuns ao vivo da história do
rock. Um cara com o nome mais complicado que de meu pai (Hartwig F.F.K.),
Ulrich Hans Joachim Anton Josef Roth, melhor conhecido por Uli Jon Roth, nascido
em 18 de dezembro de 1954 em Düsseldorf -
Alemanha, fez parte dessa excelente fase do Scorpions e tocou várias músicas,
principalmente as menos divulgadas, que estavam nesse registro histórico. Toca
com uma destreza e desenvoltura incríveis, faz solos lindos e sem nenhum esforço
aparente, tudo flui de uma forma extremamente natural. Niklas Trumann teve a árdua missão de assumir os
vocais e tentar se aproximar à voz inigualável de Klaus Meine. Em compensação é
um ótimo guitarrista e fez lindos solos "gêmeos" com Uli Roth. Reproduziram
verdadeiras obras primas. O
show foi de pouco mais de uma hora e encerrou com Dark Lady que volta a contar
com Uli nos vocais. Nos despedimos dele ao som da galera gritando Olê - olê -
olê, Uli - Uli... Apesar de ter tido uma vendagem baixa, provavelmente em torno
de 50%, os integrantes pareciam satisfeitos e o baterista, sempre que podia,
filmava um pouco da galera com seu celular. Não sei se foi o preço, a confusão
na divulgação, pois uma hora divulgaram como Love Drive Reunion, depois como
Michael Schenker não sei o quê, ou se foi falta de conhecimento dos mais jovens
sobre a maravilha que era o Scorpions no início, bem antes de as baladinhas
açucaradas se tornarem uma referência. O andrógino Ule W. Ritgen, além de tocar bem o baixo, tem um outro enorme
talento, o da pintura.
O nome do quadro acima é Cosmic Eye e se você
gostou desse, vai adorar os outros que estão no site dele http://www.ule-w-ritgen.de/projects.htm,
clique em cima deles para amplia-los. Michael Schenker
Depois de um intervalo que chegou perto de meia
hora, veio a banda de Michael Schenker, cujo protagonista tinha apenas 16
anos quando participou do primeiro disco do
Scorpions.
Os outros dois escorpiões que fazem parte da banda
de Michael atualmente, são o baixista Francis Buchholz e o baterista
Herman Rarebell, ambos também haviam participado
do Tokyo Tapes. O vocalista foi Doogie White que já
trabalhou com o Rainbow e Yngwie Malmsteen. Fecha o time o tecladista /
guitarrista Wayne Findlay, à esquerda. O show de Michael foi mais metal, tocando músicas
como Another Piece of Meat, Coast to Coast do Scorpions, Assault Attack, Armed
and Ready, Into the Arena do MSG e Too Hot to Handle e Lights Out do UFO, entre
outras. Apesar de quebrar a atmosfera maravilhosa criada
por Uli, nada contra o repertório de Michael, mas acontece que Uli deveria ter
voltado para o palco e participado de algumas músicas, o que não ocorreu, e foi
aí que veio a grande decepção. A Reunion foi meia-boca e o show foi
encerrado depois de pouco mais de uma hora de apresentação, sem mais nem menos. Enquanto todos
esperávamos o bis, as cortinas foram fechadas sem maiores explicações e o
teclado que ficou de fora das cortinas foi desmontado na nossa cara. No lugar do estase do
bis restaram vaias, pois pelo menos 6 músicas haviam sido limadas do
repertório. Nem mesmo a obrigatória Doctor Doctor foi tocada. Houve rumores de que Michael havia se desentendido com Uli nos bastidores
do show que fez em Belo Horizonte... Levando em consideração a fama de
encrenqueiro que Michael tem, é bem provável, o fato é que perdemos muito, pois
eram previstas as execuções de Holiday, Rock You Like a Hurricane, Rock Bottom
(UFO) e um segundo bis com Black Out e Doctor Doctor (UFO). E´ lamentável e
incrível que nos dias de hoje, o profissionalismo para alguns ainda não esteja
acima de tudo.
Se Uli voltar algum dia, não percam, esse realmente
vale a pena. Ricardo |