Brian ou Larry com a Irmandade?
Depois de Edgar Winter, como próximo show haviam duas alternativas: me deslocar até o palco da Líbero Badaró, uma caminhada e tanto para mim, onde teria a rara oportunidade - talvez única - de assistir ao Brian Auger, ou ficar onde estava e conferir a Irmandade do Blues com o convidado especial Larry McCray. Por uma questão de logística, fiquei onde estava, e não me arrependi. No entanto, amigos que foram ao Brian Auger me disseram que foi bem legal. Se não bastasse isso, no mesmo horário estava tocando o Casa das Máquinas no SESC Santana.
Brian Auger é um pianista com fortes influências de jazz, que se especializou em tocar o órgão Hammond, de sonoridade única, típica dos anos 70, muito utilizado por Uriah Heep, Focus e muitos outros - praticamente toda banda que tinha teclados. Excursionou com Rod Steward, Jimi Hendrix, Eric Burdon, para citar apenas alguns. Quem se interessar, dê uma olhada no link abaixo, a música é bem legal e quem canta é a filha dele. Às vezes carrega rápido, outras fica soluçando, portanto, a melhor coisa é clicar na pausa e fazer outra coisa enquanto está carregando, depois ouvir de uma vez só.
Irmandade do Blues e Larry McCray (22hs)
A banda Irmandade do Blues, que possui a mais antiga formação em atividade no estado de São Paulo, possui em seu currículo mais de 600 apresentações pelo Brasil. Toca um blues pesadão, que na verdade é mais um rock com pitadas de blues do que o contrário. Talvez a principal característica é desconstruir músicas consagradas, eu explico, mandaram de cara uma versão bem blues de Rock'n'Roll do Led Zeppelin, transformaram a canção capela de Janis Joplin - Mercedes Benz em uma versão eletrificada, apimentada e matadora, fizeram uma improvável fusão do blues Boom Boom de John Lee Hooker com a pesada Black Knight do Deep Purple, e tudo ficou ótimo.
Numa certa altura o vocalista, gaitista e guitarrista Vasco Faé pulou de cima do palco que tinha uns 3 metros de altura e foi agitar com as milhares de pessoas que estavam junto às barreiras de separação. A banda é composta também por Edu Gomes (guitarra), Silvio Alemão (baixo) e Fernando Loia (bateria), além de contar com um excelente trio de metais.
Depois de uns 20 minutos, chamaram para o palco o bluesman Larry McCray. Quando cantava na sutileza, lembrava Robert Cray, mas na maioria das vezes o que predominava era uma voz de trovão que fazia tremer o chão que eu estava pisando, lembrando B.B.King. Vale destacar Run, Big Black Hole, Never Hurt So Bad.
Decidi voltar para um breve descanso, voltaria na manhã seguinte para ver outras coisas que me interessavam, só dois dias depois fiquei sabendo que quem tocou depois, à meia noite foi Slim Jim Phantom, nome que não me chamou a atenção quando eu estava lá, mas que na verdade é o nome artístico do baterista do Stray Cats, consagrada banda de rockabilly. Sua principal característica é tocar a bateria de pé. Deve ter sido uma grande festa, pelo menos quando ví o Stray Cats há muitos anos atrás, no Projeto SP, foi inesquecível.
Ricardo
|
Virada Cultural 2011 >