Martin Turner's Wishbone Ash - Manifesto Bar 22/09/2012
Curiosidade (minha): o pub Manifesto Bar foi ampliado, mas ainda é pequeno, o que torna o show bastante intimista. Antes de o show começar, observando o vídeo que rolava no telão e ouvindo o som que era tocado, achei MUITO estranho o fato de a música ambiente não ter nenhuma relação com o DVD que estava sendo mostrado na tela. Será que estão focando o público deles em deficientes visuais ou deficientes auditivos? Se o cara é cego, não vê o vídeo, se é surdo vê o vídeo mas não estranha o som que não tem nada a ver. Isso faz algum sentido para vocês? Pior ainda, já fui a lugares em que tem uma banda tocando e um vídeo de outra na tela!!! Bom, mas vamos ao show.
Martin Turner, no ano de 1969 em Londres, foi um dos fundadores de uma banda extremamente importante do rock britânico. Música de uma suavidade, delicadeza, elegância, maciez, sutileza, harmonia e sonoridade ímpares, principalmente das guitarras e dos vocais.
A principal característica do Wishbone Ash são as twin guitars - guitarras gêmeas, onde duas guitarras fazem o mesmo solo, dando uma sonoridade especial à música, estilo que veio a influenciar inúmeras bandas como Thin Lizzy, Iron Maiden e até o Avenged Sevenfolt, para citar apenas três, além de bastante utilizado no Southern Rock.
Marcado para começar às 20hs, começou com 1 minuto de antecedência e a falta de público chegou a assustar. Mesmo assim, a banda parece ter curtido o show, tocaram para menos de 100 pessoas, mas a platéia era muito animada e tinha gente que tinha viajado 500Km para assistir.
Depois de tocar a primeira música, disse que era bom estar de volta após 20 anos. Na verdade já faziam 23 anos quando se apresentaram em 1989 no "Guitar Heroes", uma versão brasileira do "The Night of The Guitar", no extinto Projeto SP, numa noite em que tocaram também Jan Akkerman (Focus), Leslie West (Mountain) e Alvin Lee (Ten Years After). Há-há, adivinha: o tiozão que vos escrete estava lá :-). Mais tarde, em 2003 acabei vendo o Wishbone Ash com Andy Powell, mas já sem Martin Turner, também foi incrível.
Completaram a banda os guitarristas Ray Hatfield e Danny Willson, acompanhados pelo batera Dave Wagstaffe, que reproduziram as músicas de forma fiel, soando como nos discos - memorável...
Fizeram um set curto de menos de meia hora, um curto intervalo e voltaram para tocar o álbum Argus ("chapeu" do nosso amigo) na íntegra. Quando tocaram The King Will Come, as guitarras solando, a harmonia vocal incrível, não pude deixar de me emocionar ao pensar na quantidade de abraços que estaria trocando com meu amigo Agner, se ainda estivesse conosco - adorava a banda e me apresentou-a. Pela primeira vez lágrimas correram durante um show... Aliás, na introdução dessa música, uma fã mais exaltada, subiu no palco e Martin ganhou um beijo na boca - ele curtiu.
Minha despedida de Agner está em http://www.bluesrockshow.com/-adeus-a-um-amigo.
A coisa pegou fogo com Warrior e Blowin' Free, com direito a brincadeiras e guitarras tocadas com mãos trocadas. Para ter sido perfeito, só faltou Errors Of My Way, talvez a mais linda na minha opinião, que certamente renderia mais algumas lágrimas.
Um show de onde se sai leve e de bem com a vida, tomara que voltem mais vezes.
Se alguém quiser, abaixo tem The King Will Come
Aqui tem uma versão divina, com violino e acordeon de Errors Of My Way, mas com o "outro" Wishbone Ash, sem o Martin Turner (nada a ver com este show que assisti).
Ricardo
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