Yanni

13/10/2012 - Credicard Hall
 
 
Quando meu amigo Pedro insistiu que eu fosse assistir ao show do Yanni, confesso que torci o nariz e resisti muito para ir. Certa vez vi um DVD dele que quase me matou de sono, por isso, ao chegar na casa de espetáculos e ver um público parecido com o que vemos nos shows do Roberto Carlos, achei que definitivamente estava no lugar errado, mas que delícia, eu estava redondamente enganado.
 
 
Apesar de vivermos num mundo globalizado, ele está cada vez mais segmentado, por isso, encontrar um artista que tem a capacidade de agradar a TODO tipo de público, é uma enorme surpresa - principalmente em se tratando de música instrumental. Não importa se você gosta de popular, heavy, erudito, samba, progressivo... vá! É muito legal.
 
 
Grego, nascido em 54 e radicado nos EUA desde os 18 anos, quase se formou em psicologia, mas abandonou para se dedicar a música, apesar disso, nunca aprendeu a ler ou escrever música da forma tradicional. A sua música tem elementos de música clássica, cigana, rock progressivo... ele chama de instrumental contemporânea. Em alguns momentos lembra também Loreena McKennitt.
 
 
Sempre muito simpático, de voz grave, falava calma e pausadamente, esforçou-se para falar português e quando não o fazia, tinha um interprete para traduzir. Apesar de o inglês não ser um problema para muitos, acho que é o mínimo que todo artista deveria fazer.
 
 
Em certo momento, falou que a música à seguir tinha sido composta para o pássaro que tinha o canto mais bonito que ele conhecia e chamou para o palco um rouxinol em forma de gente, Lauren Jelencovich. Os agudos que ela atingia eram algo sobrenatural, a música Nightingale originalmente tem uma flauta para fazer a parte que Lauren vocalizou, ficou muito mais legal com ela.
 
 
Yanni revezava-se entre os teclados e o piano de cauda, mas vários de seus músicos tiveram a oportunidade de mostrar que não estão lá por acaso, destacaram-se para mim principalmente:
 
 
Mary Simpson, com seus olhos apaixonados, arrancou berros entusiasmados da platéia com seus solos incendiários. Tive a impressão de conhece-la de algum lugar e não estava errado, em 2007 tinha vindo com o Jethro Tull e Ian Anderson estava todo bobo se derretendo em torno dela http://www.bluesrockshow.com/jethro-tull
 
 
O armênio Samvel Yervinyan também toca como louco e protagonizou um empolgante duelo com Mary, num estilo meio cigano.
 
 
Acho que se Jimi Hendrix tocasse harpa, ele tocaria como Victor Espinola, só assistindo o seu solo para acreditar no que ele fez...
 
 
Alexander Zhiroff também fez o seu violoncelo fumegar.
 
 
As sopranos Lauren Jelencovich e Lisa Lavie participaram de poucas músicas, apenas vocalizando, a não ser pela última One Man's Dream - são um absurdo!!!
 
 
Curiosidade: durante sua infância e adolescência dedicava-se à natação e com 14 anos já havia batido recordes na Grécia.
 
Como disse, um show para quem gosta de qualquer estilo musical, por mais radical que seja. Não é à toa que lotou o Credicard Hall por três noites.
 
Ricardo
 
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